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A União Europeia (UE) estabeleceu objetivos para extrair, reciclar e refinar lítio, cobalto e outros metais de que necessita para a sua transição ecológica, porém, a falta de dinheiro, os custos energéticos aumentados e a oposição local à mineração podem colocar esses objetivos fora do alcance.
Segundo a Eurometaux, a associação europeia de metais não ferrosos, a Europa tem potencial para atingir os seus objetivos, mas precisa de energia mais barata e de financiamento da UE, tal como acontece nos Estados Unidos, Canadá ou Japão, que disponibilizam fundo elevados, avançou à Reuters.
A União Europeia planeia gastar 3 mil milhões de euros (3,3 mil milhões de dólares) para impulsionar a produção de baterias, um valor bastante inferior comparado com os 369 mil milhões de dólares de subsídios verdes previstos na Lei de Redução da Inflação dos Estados Unidos.
A associação salienta também que, apesar de a UE ter planos para reformar o seu mercado da eletricidade, isso levará tempo para garantir energia renovável a preços acessíveis.
A Eurometaux sublinha ainda que a mineração de metais na Europa poderia satisfazer quase 40% do abastecimento da UE até 2030, mas alguns são incertos. Entre eles estão Portugal, que atrasou o leilão de licenças de mineração para lítio de grau de bateria e está agora envolvido num escândalo de corrupção, e a Sérvia, que revogou as licenças em 2022 para o projeto de lítio de 2,4 mil milhões de dólares da Rio Tinto, escreve a Reuters.
Neste sentido, é apontado que a UE terá provavelmente de encontrar formas de reduzir a procura, encontrar materiais de substituição e criar parcerias que quebrem o estrangulamento da China no fornecimento de minerais.
Recorde-se que a Lei das Matérias-Primas Críticas (CRMA), que entrará em vigor no início de 2024, e que tem por objetivo reduzir a dependência da UE em relação à China, prevê que o bloco extraia 10%, recicle 25% e processe 40% das suas necessidades anuais de 17 matérias-primas essenciais até 2030.
Os metais críticos são essenciais para a eletrificação de veículos, turbinas eólicas e outros produtos de tecnologia limpa que a UE pretende fabricar.
Segundo um estudo da Universidade belga KU Leuven, a que a Reuters teve acesso, a reciclagem destes materiais será limitada até 2035-2040, altura em que os metais voltarão a entrar no mercado como sucata. Por essa razão, o período até 2030 será o mais difícil para o fornecimento de metais, sobretudo para o cobre, o lítio, o níquel e o cobalto.