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Empresas andam menos de avião? 44% sem metas para reduzir emissões dos voos em trabalho

No que diz respeito às 13 empresas portuguesas que fazem parte do ranking "Viajar Responsavelmente", nenhuma delas tem objetivos traçados para reduzir as viagens aéreas dos seus trabalhadores e respitas emissões poluentes.

Armando Franca/AP
01 de Abril de 2025 às 19:45
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Quem trabalha para empresas multinacionais está a viajar menos de avião. A conclusão é da quarta edição do ranking anual "Viajar Responsavelmente" - iniciativa da qual a associação ambientalista Zero faz parte -, que classifica 326 empresas norte-americanas, europeias e indianas, de acordo com 11 indicadores relativos a emissões poluentes de viagens aéreas, objetivos de redução e reporte.

O estudo, que avalia a responsabilidade ambiental em relação às viagens aéreas em trabalho, constata que as emissões das maiores empresas globais caíram 34% entre 2019 e 2023, período que engloba os anos da pandemia, em que os aviões quase deixaram de circular pelos céus do mundo. 

Apesar da redução, 44% das entidades classificadas no ranking ainda não estabeleceram quaisquer metas para a redução das emissões das suas viagens em trabalho, "pondo em risco o progresso global". Quanto ao reporte, são apenas 44 (em mais de três centenas) as empresas que comunicam o impacto climático total das suas deslocações (incluindo os efeitos não-CO2). Ainda assim, trata-se de uma subida em relação às 40 do ano passado. 


No que diz respeito às 13 empresas portuguesas que fazem parte do ranking, nenhuma delas tem objetivos traçados para reduzir as viagens aéreas dos seus trabalhadores. Em comunicado, a Zero destaca o caso das energéticas nacionais como a EDP - que viu as suas emissões relativas a viagens aéreas duplicar face a 2019 (+99%) - e a Galp, cujas emissões aumentaram 13% em quatro anos. Quanto à REN, aumentou 9% no acumulado e viu cair a sua posição no ranking face a 2024. No setor das telecomunicações, a Nos aumentou 19%, mostra o ranking.

Em sentido contrário, a Efacec Power Solutions reduziu as emissões relativas a voos em 87%, a Corticeira Amorim recuou 43% e o Millennium BCP 31%. A Jerónimo Martins obteve uma redução de apenas 1%. Ainda assim, a associação ambientalista diz que a empresas portuguesas "mantêm um fraco desempenho em comparação com as suas homólogas espanholas, francesas, britânicas e alemãs".

A nível global, o ranking identifica as 25 grandes empresas globais sem metas estabelecidas e com maior pegada ambiental de viagens aéreas em trabalho, nas quais se incluem a Google e a Apple. Todas juntas, somam voos que emitem anualmente um total de 6,9 milhões de toneladas de dióxido de carbono – o equivalente à pegada climática de 48.000 voos entre Paris e Nova Iorque ou 1,3 vezes as emissões anuais na Bélgica.

Além disso, pelo menos 19 dessas empresas ou os seus dirigentes, possuem ou utilizam jatos privados, como é o caso da Johnson & Johnson e da Meta. 

Em sentido contrário, a Swiss Re estabeleceu metas em 2020 e conseguiu reduzir as suas emissões em 67% desde 2019 graças à implementação de medidas como a definição de orçamentos anuais para emissões de viagens nas suas unidades de negócio. No mesmo sentido, a Vattenfall reduziu as emissões em 36%.

O ranking "Viajar Responsavelmente" propõe às empresas participantes a definição de objetivos de redução de pelo menos 50% nas emissões de viagens aéreas para o período 2025-2030 em relação a 2019. 

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