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Um terço dos consumidores guarda telemóveis antigos em casa

Estudo mostra ainda que um em cada cinco portugueses guarda pequenos eletrodomésticos, mesmo quando já não são utilizados. Incentivos à reciclagem podem ajudar, dizem inquiridos.

07 de Abril de 2025 às 11:27
Novos telemóveis da Nokia
Reuters
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Seja uma torradeira ou um telemóvel sem uso, o recente estudo da DECO PROteste e da ERP Portugal mostra que uma parte significativa dos inquiridos admite guardar os equipamentos em casa ao invés de os reciclar. Esta foi a opção para 37,2% das pessoas quando questionadas sobre o destino dado aos equipamentos hi-tech que deixaram de utilizar.

Em sentido oposto, contudo, 33% dos consumidores diz entregar os equipamentos em pontos de recolha apropriados, enquanto 6,8% oferece a outra pessoa. O inquérito, que se debruça sobre a literacia da população sobre resíduos elétricos e eletrónicos (REE), revela que além de artigos hi-tech, os participantes armazenam pequenos eletrodomésticos (15%), acessórios eletrónicos e componentes (25,8%) e, em menor escala, pilhas (7,4%).

Questionados sobre as razões para não se desfazerem dos produtos, os consumidores justificam que os equipamentos hi-tech podem vir a ser usados mais tarde (54,4%), contêm informação pessoal (47,3%) ou que ainda têm valor económico (22,5%). No caso dos pequenos eletrodomésticos, as respostas variam entre a falta de locais de recolha com fácil acesso (61,5%), possibilidade de voltarem a ser úteis (44,6%) e falta de tempo (37%).

Apesar destes números, dois terços dos inquiridos acredita ter informação suficiente sobre o destino a dar a este tipo de resíduos e cerca de 90% sabe que os REE não devem ser depositados no lixo comum. Apenas metade dos consumidores sabe que é possível entregar os equipamentos antigos nas lojas de eletrodomésticos, enquanto 49% diz saber que paga a gestão de resíduos na compra de novos equipamentos – só 28% das pessoas sabe que pode também entregar pilhas e baterias nestes locais.

"Os resultados deste estudo são um guia para identificar as áreas onde importa reforçar a informação e o apoio aos consumidores", considera Elsa Agante, responsável de sustentabilidade da DECO PROteste.

O inquérito quis ainda perceber até que ponto os participantes estariam dispostos a reciclar mais em troca de incentivos monetários ou outros. Os inquiridos foram convidados a indicar qual o valor mínimo de depósito, pago na compra de um equipamento, que os motivaria a devolvê-lo no fim de vida para recuperar esse montante. No caso de computadores, os consumidores aceitam pagar até 10 euros (64%), até 5 euros para pequenos eletrodomésticos (64%) e smartphones (59%), e até 1 euro em pilhas (63%).

Um estudo da Organização das Nações Unidas estima que os resíduos de equipamentos eletrónicos aumentem 32%, para 82 milhões de toneladas até 2030. Na União Europeia, os Estados-membros estão comprometidos em atingir uma taxa de 65% de recolha de REE até 2025 e de 70% até 2030. Em Portugal, segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente, apenas 27% destes resíduos foram recolhidos em 2021.

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