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Rui Neves - Jornalista ruineves@negocios.pt 29 de Janeiro de 2014 às 00:01

Morra o Centralismo, morra! Pim!

Já não há pachorra para o ar de tédio de quem diz já não ter paciência para o discurso contra o centralismo de Lisboa. O poder político central (e todos os outros míopes!) que insista então na mesma visão autista, que cometa os mesmos erros estratégicos, que mantenha as mesmas práticas senhoriais. Uma semana, três vómitos:

 

1.º - O Governo extinguiu as direcções regionais de Economia (DRE do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), distribuindo as suas competências (com o licenciamento de empresas à cabeça)  por uma série de estruturas centralizadas. Diz o Governo que esta reestruturação orgânica irá reforçar "a proximidade territorial" do Ministério da Economia com os portugueses e as empresas. Tanga!

 

2.º - Tem sido vergonhosa a forma como o Governo insiste em gerir o processo de formatação do plano estratégico de Portugal para os fundos comunitários 2014-2020. A cerca de três meses do fim do prazo para chegar a acordo com Bruxelas, o Governo continua fechado sobre si próprio, gizando a solo um pacote de apoios que constitui - mesmo - a última oportunidade para colocar as regiões de convergência a convergir.

 

Na página 46 da resposta da Comissão Europeia ao acordo de parceria do Estado português, lê-se: "Este projecto de Acordo ainda não tem uma cobertura geográfica clara e equilibrada." Sobre esta questão, o presidente da Câmara do Porto já avisou: "Esta cidade não se vai calar." Até porque a sorte do Porto e do Norte será a sorte de Portugal. Alguém tem dúvidas?

 

3.º - Num encontro com empresários promovido pela estrutura distrital do PSD, a ministra das Finanças sugeriu que a Associação Comercial do Porto (até há pouco liderada pelo actual presidente da autarquia, Rui Moreira) se fundisse com a Associação de Comerciantes do Porto. Seguindo o seu raciocínio, faria então todo o sentido fundir o Benfica com o Sporting!

 

Como viu que não ia lá por aqui, foi já irritada que apontou uma alternativa: juntar a Associação de Comerciantes com a Associação Empresarial de Portugal (AEP)!

 

Se gosta tanto de fundir diferentes universos, porque não funde as Finanças com a Educação? Para saber mais de História de Portugal, senhora ministra! 

 

*Coordenador do Negócios Porto

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