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"Tem de ser uma resposta rápida”. Europa e Canadá pressionam Putin a responder à proposta de cessar-fogo
Após a reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, em Bruxelas, os aliados da Ucrânia instaram o presidente da Rússia a responder ao acordo apresentado no mês passado. Acusado de "inverter o jogo", Putin "deve uma resposta aos EUA".
A Europa e o Canadá estão a "atirar o barro à parede". Os aliados da Ucrânia querem receber uma resposta imediata por parte de Vladimir Putin ao acordo de cessar-fogo proposto pelos EUA - e já aceite por Kiev - no mês passado.
Após uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros dos membros da NATO, em Bruxelas, esta sexta-feira, o ministro francês, Jean-Noel Barrot, acusou a Rússia de "inverter o jogo", ao continuar a atacar as infraestruturas energéticas ucranianas, mesmo depois do acordo alcançado em março para pôr fim às ofensivas.
"Hoje, a Rússia deve uma resposta aos EUA", afirmou Barrot, juntamente com o Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy. "Tem de ser sim, tem de ser não, mas tem de ser uma resposta rápida", instou.
O apelo de alguns dos principais aliados ocidentais de Kiev é uma tentativa de chamar a atenção de Moscovo para a sua vontade de chegar a um cessar-fogo. Ao mesmo tempo, do lado de lá do Atlântico, a lentidão do Kremlin quanto às conversações sobre um acordo de paz começam a "frustrar" as autoridades norte-americanas.
Melanie Joly, ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, disse que "a certa altura, a Rússia tem de voltar a apresentar uma posição", e se Putin não concordar com o cessar-fogo, "haverá consequências", ameaçou.
O fim da guerra na Ucrânia, que vigora há mais de três anos, foi uma das bandeiras da campanha de Donald Trump para as presidenciais dos EUA. A caminho dos três meses na Casa Branca e sem uma resolução à vista, o Presidente disse estar "chateado" com o homólogo russo. Posteriormente, foi mais leve nas críticas e afirmou acreditar que o líder russo irá "cumprir a sua parte do acordo".
Sem lugar à mesa das negociações, os líderes europeus rejeitaram a hipótese de aliviar as sanções contra a Rússia. A França e o Reino Unido aliaram-se para monitorizar o potencial cessar-fogo e reforçar o exército ucraniano.
Até lá, os EUA esperam que Kirill Dmitriev, responsável russo pelas conversações com o norte-americano Steve WitKoff, em Washington, apresente o relatório a Vladimir Putin sobre as conclusões da conversa, antes de as duas partes avançarem com as próximas etapas.