O setor da banca na Europa está esta sexta-feira a registar uma queda de quase 10% que só tem paralelo com a registada em março de 2020, na altura em que surgiu a pandemia de Covid-19.

Os investidores seguem a reagir aos impactos económicos das tarifas anunciadas na quinta-feira pelo Presidente dos Estados Unidos. Este cenário está a levar a um ajustamento das expectativas relativamente às taxas de juro dos bancos centrais, que está a ser sentida no mercado da dívida, com os juros das obrigações soberanas da Zona Euro a aliviarem de forma significativa.

Os juros das Bunds alemãs caem 15,3 pontos base para 2,496%, seguida pela "yield" da dívida francesa a descer 9 pontos para 3,286%. Já os juros da dívida portuguesa recuam 7,5 pontos base para 3,109%.

O português BCP acompanha esta tendência e afunda mais de 9%. O banco português - o único cotado - chegou a afundar 10,44% para 48,45 cêntimos, assinalando assim a maior descida diária desde meados de março de 2023. O banco assinala uma subida de 5% desde o início do ano, face aos quase 20% registados na semana passada.

Já esta quinta-feira, o setor da banca na Europa, o Stoxx Banks, tinha chegado a cair mais de 5% e hoje chegou a mergulhar 10% para 222,77 pontos. Nas maiores quedas, acima dessa fasquia, está a banca italiana e espanhola. O BCP figura a meio da tabela.

A descida adensou-se depois de a China ter revelado que vai avançar com tarifas adicionais de 34% aos produtos importados dos Estados Unidos a partir de 10 de abril, intensificando a guerra comercial. Esta retaliação já a está a levar a União Europeia a preparar um plano de emergência, na expectativa de que a Europa possa ser inundada de produtos chineses.