Opinião
Guerra comercial leva ursos para a bolsa chinesa
A praça chinesa já entrou em "mercado urso". Ou seja, já desce mais de 20% face ao último máximo atingido, no passado mês de Janeiro.
A guerra comercial tem sido o tema do momento nos mercados financeiros. O pingue-pongue entre os EUA e a China tem deixado os investidores nervosos com o impacto que as novas tarifas impostas podem ter no rumo da economia mundial. Na semana passada, a Daimler já veio assumir que os seus lucros deste ano deveriam ficar aquém dos obtidos em 2017. E a guerra comercial será a culpada. Um alerta que agudizou as preocupações dos investidores e contribuiu para novas perdas nas principais bolsas mundiais. A praça chinesa já entrou em "mercado urso". Ou seja, já desce mais de 20% face ao último máximo atingido, no passado mês de Janeiro. Aliás, desde o máximo de Janeiro até à passada segunda-feira, o índice Shanghai Composite já perdeu 1,8 biliões de dólares (1,54 biliões de euros). Cai 14%, em 2018, o pior desempenho entre os principais índices. E há quem acredite que o pessimismo se vai acentuar: Sun Jianbo, especialista da China Vision Capital, estima que ainda venha a cair mais 10% face aos níveis actuais. Isto apesar dos esforços que têm sido desenvolvidos pelo Governo chinês para conter o nervosismo dos mercados e travar o abrandamento da economia. Os ursos podem ter vindo para ficar na China. Tal como a guerra comercial.
Jornalista