Opinião
O mundo da Uber depois do rebelde Kalanick
A Uber não é uma empresa como as outras. Já se tinha percebido, pelo seu rápido sucesso e crescimento, mas também pelos seus "mandamentos", que são ensinados aos funcionários e que não primam exactamente pela candura ("pisar calos" é um exemplo).
Na origem e no centro de tudo está o polémico Trevor Kalanick, fundador e até ontem CEO da empresa norte-americana. Uma semana depois de ter anunciado uma ausência prolongada, de forma a tornar-se uma pessoa melhor, comunicou esta quarta-feira que abandona a administração executiva. Isto depois de um grupo de accionistas o ter pressionado a fazer. "Amo a Uber mais do que qualquer outra coisa no mundo, e neste momento difícil da minha vida pessoal decidi aceitar o pedido dos investidores para me afastar para que a Uber se possa desenvolver em vez de se envolver noutra luta", afirmou Kalanick, em comunicado.
Leslie Hook, num excelente artigo publicado no Financial Times, defende que "estas mudanças cosméticas não vão mudar a cultura da Uber de um dia para o outro". Para isso, "serão os seus futuros líderes, mais do que uma lista de valores empresariais sanitizada, a desempenhar um papel central".
Na Bloomberg, Leila Abboud descreve: "O próximo CEO terá de ser um diplomata, um delegador e um defensor dos controlos internos demasiado tempo negligenciados na start-up mais valiosa do mundo. Não é uma tarefa pequena."
Mais artigos de Opinião
O monopólio da poupança
29.10.2017
A fria renovação dos votos
24.10.2017
O novo Novo Banco
18.10.2017