Opinião
As "fake news", da Venezuela à nova TV Trump
Numa Venezuela em tensão máxima, a luta faz-se, também, nas colunas dos jornais. Quando os leitores procuram cada vez mais conteúdos que validem o que já pensam, em vez de informação objectiva, o xadrez joga-se na opinião.
Miguel Henrique Neto, responsável pelo jornal El Nacional, não é meigo nas palavras: "A reacção à votação para a Constituinte foi planetária, foi veloz e foi contundente." Entre os aliados ideológicos de Maduro, há algumas vozes que não se ouviram ainda, como as de Lula ou de Dilma Rousseff, porque "estão muito ocupados, pois vivem reunidos com os advogados".
Quem também gosta de falar nas "fake news" é o Presidente Trump. Agora, surgiram dois "noticiários" televisivos, "em directo da Torre Trump", que foram divulgados na página pessoal do Presidente. O primeiro teve como apresentadora a nora de Trump, Lara, que começou por dizer "aposto que não ouviram todas as conquistas que o Presidente fez esta semana, por causa de todas as 'fake news' por aí". O segundo capítulo, também todo ele dedicado a dizer bem do Presidente, foi liderado por Kayleigh Mcenany, até há pouco tempo comentadora política na CNN. Ambos os episódios terminaram com um "E estas, sim, foram as verdadeiras notícias". Corre o rumor de que as emissões são um balão de ensaio para uma verdadeira TV Trump, a criar por um antigo responsável da Fox News.
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