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02 de Outubro de 2017 às 09:36

As águas turvas e revoltas do referendo catalão

A Catalunha foi a votos sobre a sua independência de Espanha, mas a situação é de tal forma atípica que tem muito mais significado político do que legal. Em Espanha, naturalmente, não se falou de outra coisa. Mas não só aí.

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No inglês Guardian, o professor Richard Russell traz uma visão curiosa, a de um estrangeiro a viver, exactamente, em Barcelona. "Quando me mudei para Barcelona, achei que me tinha escapado com sorte das batalhas políticas divisivas no meu país. Quão errado estava", afirma, antes de estabelecer um paralelismo entre os referendos do Brexit e da Catalunha. Para concluir que, por mais extremadas que fiquem as posições nestes referendos, às vezes mais vale votar, discutir os assuntos, e andar em frente depois. "Sem a votação do Brexit, não haveria espaço para seguir em frente, o ressentimento seria apenas engarrafado, à beira de explodir", sintetiza.

Indo ao centro do furacão, o director do catalão La Vanguardia pede calma e bom senso. "Isto não é um referendo, já não porque foi convocado à margem da Constituição, mas porque também não cumpre com a própria lei aprovada no parlamento local", explica Màrius Carol. "Isto não significa que desprezemos a mobilização de tanta gente de boa fé que quer um futuro melhor para a Catalunha. Pelo contrário, esta deveria ser a força para conseguir uma negociação com o Governo de Espanha", defende.

No coração de Espanha, damos um salto ao El Pais e a um artigo de Mario Vargas Llosa, que alerta para os perigos do nacionalismo, "todo o nacionalismo, que sempre foi uma epidemia catastrófica para os povos, que só produziu violência, falta de comunicação, exclusão e racismo".

É por isso que o peruano, Nobel da Literatura, exorta: "por todos os meios racionais possíveis, há que persuadir os catalães que o nacionalismo é um dos piores inimigos que tem a liberdade e que este período triste deve ficar para trás, como um pesadelo que se desvanece ao acordar".


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