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Também temos «minori»

Anda muito boa gente por cá nervosa com estas investidas, de grandes grupos europeus, sobre a banca italiana. Sobretudo porque um dos «predadores» é espanhol, dá pelo nome de BBVA, já está instalado em Portugal e não se cansa de dizer que quer e vai cresc

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O Bilbao e Vizcaya protagoniza em Itália uma história parecida com a do Santander em Portugal. A oferta que fez à Banca Nazionale del Lavoro, o sexto maior do país, foi aceite pela administração do banco. Mas conta com a firme oposição das autoridades nacionais. Banco central à cabeça. Jurou defender a «italianidade» do sistema que supervisiona.

Há quatro anos, o nosso Governo de então pensava também assim, mas exprimia-se de maneira diferente: «figuras de parvo» era, dizia um ministro-em-off, ao Expresso, o que os portugueses não queriam fazer.

O senhor Champalimaud tinha, como todos recordam, acertado as contas com o senhor Botín. Por uma pipa de massa. E só uma acção comandada pelo então ministro Sousa Franco permitiu, através do Instituto de Seguros, do Banco de Portugal e da CMVM, que a operação fosse inicialmente «chumbada».

O PS parece, pois, predestinado a apanhar com uma grande «operação inconveniente» quando chega ao Governo. Porque, depois de Itália, ou muito nos enganamos, ou brevemente poderá acontecer algo parecido na nossa banca. É normal que os espanhóis voltem a olhar-nos com atenção.

E, se essa ofensiva acontecer, mais cedo do que se imagina esta atitude de «iberização convicta» do eng. Sócrates irá ser posta à prova.

Vontade nunca faltou. É a oportunidade que pode estar agora a ser criada. Há dois anos, o presidente do BBVA veio a Lisboa mostrar o apetite. E foi, por assim dizer, travado pelo governador numa reunião no Banco de Portugal: uma OPA hostil, jamais seria autorizada.

Há, portanto, uma conclusão portuguesa na história italiana: se uma OPA estrangeira for lançada sobre um grupo nacional, e se ela não for hostil, não há quem, por mais Constâncio que seja, em condições de a travar.

Não, não é um qualquer palpite. Mas a opinião de Ricardo Salgado, já publicamente expressa. Ou seja, o presidente do BES acredita que pode virar um alvo do señor Francisco González.

Este é o ambiente propício. A questão reside, agora, como há quatro anos, não nos apetites do «caçador», mas na vontade da «caça».

A banca italiana, como a nossa, sempre foi muito protegida de ataques exteriores. A banca italiana, como a nossa, nunca se uniu. Tem demasiados bancos (mais de 600), demasiado pequenos, «minori» - como os nossos, que são todos «minori».

E só não são presas fáceis, porque há estatutos blindados, limitações de votos e outras defesas administrativas dissuasoras. Dito de outra forma, os accionistas dos nossos bancos sempre privilegiaram o poder em detrimento do valor.

Um dia mudam de ideias. Traição à pátria? Fácil explicação. Não fosse italiano o maior accionista do BCP. Não fosse espanhol o maior accionista do BPI.

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