Opinião
Um silêncio que mata
Entre os séculos XI e XIII os europeus mataram muçulmanos em nome de Deus e da superioridade do cristianismo sobre as outras religiões.
A disseminação da fé foi o pretexto então invocado para sujeitar outros povos e pilhar as suas riquezas. Outros tempos, onde o conhecimento era imberbe, o poder se exercia de forma unívoca, através de um rei, cujo poder era legitimado por um Papa e onde a democracia era um conceito inexistente.
No século XXI temos a ressurreição do barbárie sob a forma de ataques terroristas, onde uma determinada corrente islâmica mata em nome da superioridade da sua religião. O obscurantismo, dez séculos depois, é indesculpável, ainda que se invoquem atenuantes como o segregacionismo ou a exclusão social. Nenhum argumento é suficientemente forte e muito menos plausível para justificar atentados como o que aconteceu na quinta-feira em Barcelona.
Estes actos resultam do ódio, da ignorância e da manipulação de religião islâmica. É por isso imperioso exigir responsabilidades aos líderes desta religião que se encontram na Europa. Já não basta colocarem-se ao lado dos familiares das vítimas e verbalizarem a sua solidariedade, porque eles próprios são parte do problema e as mesquitas que administram transformaram-se, em muitos casos, nos locais privilegiados para fazer o recrutamento de terroristas. O proselitismo vence porque se aproveita das vulnerabilidades dos seus alvos e os faz acreditar que há algo capaz de os tornar únicos. O terror alimenta a intolerância e esta só beneficia os extremismos.
Os líderes religiosos islâmicos têm, assim, de ser mais activos na defesa da integridade dos espaços de culto e muito mais assertivos no combate verbal aos irmãos de fé que matam em nome de Alá e contrariam os ensinamentos do profeta Maomé: "Não é forte quem derruba os outros; forte é quem domina a sua ira".
Entre as cruzadas do século XI e o século XXI existiu um percurso de crescimento civilizacional e de separação entre os poderes religioso e político. O terrorismo islâmico parou algures no tempo e baseia-se numa estrutura de pensamento medieval e no preconceito de uma supremacia religiosa descabida de sentido.
Quem tem o poder de influenciar os seguidores da fé islâmica (Estados e líderes religiosos), tem também o dever de combater os mentores e autores destes actos hediondos. Caso contrário tornar-se-ão, por omissão, cúmplices destas atrocidades.
No século XXI temos a ressurreição do barbárie sob a forma de ataques terroristas, onde uma determinada corrente islâmica mata em nome da superioridade da sua religião. O obscurantismo, dez séculos depois, é indesculpável, ainda que se invoquem atenuantes como o segregacionismo ou a exclusão social. Nenhum argumento é suficientemente forte e muito menos plausível para justificar atentados como o que aconteceu na quinta-feira em Barcelona.
Os líderes religiosos islâmicos têm, assim, de ser mais activos na defesa da integridade dos espaços de culto e muito mais assertivos no combate verbal aos irmãos de fé que matam em nome de Alá e contrariam os ensinamentos do profeta Maomé: "Não é forte quem derruba os outros; forte é quem domina a sua ira".
Entre as cruzadas do século XI e o século XXI existiu um percurso de crescimento civilizacional e de separação entre os poderes religioso e político. O terrorismo islâmico parou algures no tempo e baseia-se numa estrutura de pensamento medieval e no preconceito de uma supremacia religiosa descabida de sentido.
Quem tem o poder de influenciar os seguidores da fé islâmica (Estados e líderes religiosos), tem também o dever de combater os mentores e autores destes actos hediondos. Caso contrário tornar-se-ão, por omissão, cúmplices destas atrocidades.
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