Opinião
O comando é dele
Começou o "requiem" pela PT e Meo. Duas marcas emblemáticas do universo empresarial português vão ser enterradas pela Altice em nome da criação de uma marca única que permitirá à Altice ter uma estratégia global. Todos os lamentos por este fim são possíveis e alguns deles até justificáveis, mas nenhum deles alterará o destino agora traçado para a PT e a Meo.
O epílogo da PT e da Meo começou a ser escrito quando a empresa portuguesa anunciou a intenção de fusão com a brasileira Oi, em Outubro de 2013. A partir daí a história da PT fez-se de descalabros, manhosices e práticas questionáveis, culminando em 2015 quando a Altice finaliza a compra da PT Portugal, dona da Meo, à Oi, por 7,4 mil milhões de euros. Uma derradeira tentativa de os brasileiros manterem à tona um barco crivado de buracos.
Mas antes do casamento brasileiro por conveniência, já a PT era uma empresa na qual conviviam a ganância dos accionistas e a ingenuidade de alguns gestores, uma história contada por Alexandra Machado (jornalista do Negócios) e Alda Martins no livro "A Implosão da PT – Como políticos e empresários se serviram da PT ao longo de 20 anos", publicado em Outubro de 2015. Esta é a narrativa que interessa, aquela que verdadeiramente destruiu a PT. A notícia do fim das duas marcas é uma decorrência da primeira.
Para a história da publicidade e do marketing ficam as campanhas protagonizadas pelo colectivo Gato Fedorento ou por Ricardo Araújo Pereira, as quais fazem parte da "memorabilia", tal como o "Tô xim" da defunta Telecel.
Patrick Drahi, o dono da Altice, tem todo o direito em acabar com estas marcas em nome de uma estratégia cujo racional é inquestionável e que foi explicada ontem, terça-feira, em Nova Iorque pelo CEO da empresa, Michel Combes: "O que nos faltava até agora era uma marca global única que reflectisse a natureza internacional e digital do nosso grupo e que reforça a força das nossas marcas e que vai reinventar o futuro." O comando da PT e da marca Meo é dele, pagou por ele, e tem toda a legitimidade do mundo para escolher um caminho. Foi isso que fez.
Não foi Patrick Drahi que, com esta decisão, matou a PT e a Meo. Os coveiros de ambas foram aqueles que delapidaram uma empresa nacional relevante e inovadora. Vamos ter saudades da PT e da Meo? Claro que sim, mas a nossa memória está carregada de marcas que se pensava serem para sempre. A Meo vai reencarnar com um novo nome e continuará a operar no mercado. É um novo ciclo, decidido por quem tem poder para tal. O dono da empresa.
Mas antes do casamento brasileiro por conveniência, já a PT era uma empresa na qual conviviam a ganância dos accionistas e a ingenuidade de alguns gestores, uma história contada por Alexandra Machado (jornalista do Negócios) e Alda Martins no livro "A Implosão da PT – Como políticos e empresários se serviram da PT ao longo de 20 anos", publicado em Outubro de 2015. Esta é a narrativa que interessa, aquela que verdadeiramente destruiu a PT. A notícia do fim das duas marcas é uma decorrência da primeira.
Patrick Drahi, o dono da Altice, tem todo o direito em acabar com estas marcas em nome de uma estratégia cujo racional é inquestionável e que foi explicada ontem, terça-feira, em Nova Iorque pelo CEO da empresa, Michel Combes: "O que nos faltava até agora era uma marca global única que reflectisse a natureza internacional e digital do nosso grupo e que reforça a força das nossas marcas e que vai reinventar o futuro." O comando da PT e da marca Meo é dele, pagou por ele, e tem toda a legitimidade do mundo para escolher um caminho. Foi isso que fez.
Não foi Patrick Drahi que, com esta decisão, matou a PT e a Meo. Os coveiros de ambas foram aqueles que delapidaram uma empresa nacional relevante e inovadora. Vamos ter saudades da PT e da Meo? Claro que sim, mas a nossa memória está carregada de marcas que se pensava serem para sempre. A Meo vai reencarnar com um novo nome e continuará a operar no mercado. É um novo ciclo, decidido por quem tem poder para tal. O dono da empresa.
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