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Pensões: é cada um por si

A sustentabilidade do pagamento de pensões tornou-se "o" tema da campanha eleitoral, com PS e partidos da maioria em rota de colisão.

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A sustentabilidade do pagamento de pensões tornou-se "o" tema da campanha eleitoral, com PS e partidos da maioria em rota de colisão. Sem que se veja um esforço construtivo para resolver o problema, quem ainda não estáa fazer o seu próprio pé-de-meia tem motivos de sobra para ficar em sobressalto.

O sistema de repartição será cada vez mais um sistema "cada um por si". Quem tem a pensão calculada em grande parte com as novas regras, introduzidas pelo PS em 2006, sabe que o valor da reforma terá em conta a carreira contributiva toda e não os últimos anos, quando tipicamente se tem (ou pelo menos tinha) vencimentos mais elevados. A que acresce o corte aplicado pelo factor de sustentabilidade, que tem em conta o aumento da esperança média de vida.

Para aqueles que tenham uma progressão crescente do salário ao longo da vida activa, a taxa de substituição (valor da pensão em percentagem do último vencimento) será baixa, podendo ser inferior a 50%.

O "Ageing Report" da Comissão Europeia, divulgado em Março mas recuperado entretanto à conta do debate político, projecta que a taxa de substituição (como referência é usado o salário médio na altura da reforma) caia de 57,5% em 2013 para 30,7% em 2060. Uma descida de 26,7 pontos percentuais, só superada pelos 32,2 pontos da Espanha. E que contrasta com a queda de 8,9 pontos da Zona Euro.

Isto faz com que o problema da sustentabilidade seja mais um desafio para a próxima década, do que daí em diante. Porque daí em diante o Estado será responsável por assegurar uma fatia bem menor do último salário.

Já imaginou receber de pensão nem um terço do que recebia quando estava a trabalhar? Parece evidente que até lá alguma coisa terá de mudar. Não fiando, o melhor é mesmo cada um, por si, juntar poupanças e constituir um plano de reforma privado.

É uma espécie de plafonamento forçado, em que cabe aos trabalhadores pouparem se quiserem ter mais do que uma pensão mínima. Só se lamenta que isso não seja mais assumido pública e politicamente. Que por pudor de admitir que a sustentabilidade da reforma de cada um está na poupança privada e não na pública, não se sensibilize mais os portugueses para a necessidade de guardarem e investirem dinheiro com este fim.

A edição desta semana do Investidor Privado reúne conselhos sobre como calcular, juntar e rentabilizar o pé-de-meia para a reforma. Há dois que são de ouro. Começar cedo faz uma grande diferença no esforço financeiro que é preciso fazer. E é obrigatório procurar soluções que proporcionem retornos acima da inflação.

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