Bank of America Merrill Lynch (BofAML) publicou uma relatório onde ilustra, através de 37 mapas, grandes tendências em áreas como a população, o planeta Terra, a inovação e os mercados. O resultado é um roteiro de como o mundo está a mudar.

Um dos mapas do relatório "Transforming World Maps" mostra a disponibilidade de alojamento na cidade de Austin, no estado do Texas, distinguindo entre a oferta do Airbnb (a vermelho) e os hotéis, marcados a azul. A mancha rubra é avassaladora. Mostra bem o crescimento acelerado do "site" que permite casar turistas e particulares com casas para alugar. É também um testemunho do impacto que a chamada economia da partilha está a ter em muitos negócios. Por cada aumento de 10% no número de quartos disponíveis no Airbnb, os preços nos hotéis de Austin baixaram 0,35%.

Outro mapa mostra que a China tem 22% de quota na utilização global de internet, o dobro dos Estados Unidos e quase dez vezes mais do que a Rússia. Cerca de 40% da população mundial tem hoje acesso à rede. O crescimento tem sido exponencial: em 2005 havia 1.000 milhões de pessoas ligadas, em 2010 já havia 2.000 mil milhões e em 2014 atingiu-se os 3.000 milhões. A economia da partilha alimenta-se da explosão das redes sociais: o número de utilizadores activos do Facebook é já igual à população chinesa. O BofAML aponta para outra indústria emergente, a internet das coisas, que deverá valer sete biliões de dólares em 2020.

Um mapa incontornável é o do envelhecimento da população. Os países em que a população com mais de 65 anos vai representar mais de 20% do total, em 2050, aparecem marcados em tons de magenta cada vez mais escuros e cobrem quase todo o hemisfério norte, mas também alguns Estados do sul, como o Brasil e a Austrália. Na China, por exemplo, o número de seniores vai aumentar em 199 milhões, para pesar 24% da população. Portugal está entre os países com a cor mais carregada.

Outras tendências incluem o aumento da população urbana na China, Índia e vários países de África, o aquecimento global e a escassez de água potável. Dentro de 35 anos poderá haver 3,9 mil milhões de pessoas numa situação de dificuldade extrema no acesso a água, prevê o banco.

Há também um cartograma que exibe o peso desproporcionado dos EUA na capitalização bolsista mundial: 52%, a maior percentagem desde os anos 80. A China é, ao pé de Wall Street, um país anão, mesmo tendo a segunda maior economia.

Os mapas apontam para temas de investimento, que o BofAML subscreve. Empresas ligadas à economia da partilha, internet das coisas, casas inteligentes, pagamentos electrónicos, cibersegurança, cuidados de saúde, sistemas de dessalinização da água, a lista é extensa. Para investir a longo prazo, se acreditar que ele será como o banco americano o vê. n