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Verão quente

Uma campanha eleitoral assemelha-se, num aspecto, à fotografia: aumentando o campo, perdem-se muitos pormenores.

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A indigente agitação eleitoral em que vivemos quis fazer um enquadramento tão geral que não se falou dos pormenores essenciais: os acordos com a troika. Especialmente aqueles que nos próximos meses vão ser implementados sem anestesia: a baixa da TSU e os cortes nas indemnizações por despedimento. Entre tantas outras coisas. Julho, Agosto e Setembro vão ser o verdadeiro Verão Quente: os portugueses vão ser imolados como se viessem de um aviário para a grelha. Quem ganhar as eleições nem terá tempo para respirar e aproveitar o ar condicionado: FMI e UE deixam no Ministério das Finanças dióxido de carbono. Ninguém resistirá ao aroma. O que é espantoso é que estamos a poucas semanas de se ter de tomar medidas cruéis e os partidos que aspiram ao cargo de primeiro-ministro, PS e PSD, parecerem estar nas vésperas de um piquenicão. Se a troika é Speedy Gonzalez, PS e PSD são os vagarosos piratas da perna-de-pau. Sócrates ou Passos Coelho não terão um segundo para decretar tudo o que foi assinado com a troika e que os portugueses desconhecem. Serão atirados para o forno, sem antes passarem pela sauna. Não se inveja a sua missão, da mesma forma que ninguém inveja o estado em que ficarão as famílias e as empresas portuguesas. O que é grave é a grande conspiração silenciosa sobre o programa de Governo escrito pelo FMI e a UE e assinado pelos principais partidos políticos nacionais que o terão de concretizar. Neste caso, o silêncio não é de ouro.

O silêncio é o horror!
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