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16 de Novembro de 2012 às 12:37

Unerwünschten Déficit

A chanceler alemã deixou Lisboa às 18:51, acenando do avião ao bom aluno. Às 19 horas, já ela tinha passado Camarate, fontes do governo anunciavam um défice de 6%.

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"Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importarei com quem redige as leis."
Mayer Amschel (Bauer) Rothschild


"vamos ver , tá?"
Ricardo Salgado


A chanceler alemã deixou Lisboa às 18:51, acenando do avião ao bom aluno. Às 19 horas, já ela tinha passado Camarate, fontes do governo anunciavam um défice de 6%. Quarta-feira de manhã, os jornais escreviam que o actual défice rondava os 9%. Isto prova que a senhora alemã tem razão para querer andar de olho em nós. Desde que a Merkel saiu do país, o défice não pára de subir. Espero que a sexta avaliação da troika seja só a religião e moral.

Antes de regressar ao défice, queria fazer conversa de cabeleireiro com os estimados leitores. Eu acho que a colecção de casacos da Merkel dava para vestir a aldeia dos Schtrumpfs e assentava-lhes melhor. Faz-me espécie que ela vista aquilo. Sinceramente, será que valeu a pena a Merkel ter saído da Alemanha de Leste para agora continuar a usar roupa igual todos os dias? Já não digo um corte diferente, mas pelo menos um casaco estampado. Umas cornucópias ou cenas de caça à raposa. Ela que ligue ao Goucha. O que não faz sentido é usar sempre a mesma roupa. Parece o Obélix, ou o Astérix (menos).

Vai chegar o momento em que a mulher mais poderosa do mundo vai ter de optar: ou acabam as aparições públicas ou começa a repetir cores de casacos.

A chanceler acabou por ter uma presença simpática. Foi visitar Cavaco Silva, que é uma coisa que poucos portugueses seriam capazes de fazer. Consta que depois de Merkel ter abandonado Palácio de Belém, o nosso presidente confidenciou a Maria: "não fazia ideia que a Beatriz Costa era viva. Está com aquele problema na fala, mas de resto está bem."

A visita foi curta, o que nestas coisas é bom, e a chanceler até prometeu vir de férias para Portugal. Ela que não venha com os McCann, para não termos chatices.

Foi-se Merkel, e ficou um 6 que parece um 9. O meu filho também confunde o 6 com o 9. Sugiro que ponham um traço por debaixo do défice para saber se é 6 ou 9. Se o défice for 9%, mais vale arredondar para dez e comprar mais um submarino. Os números não andam nada famosos. Os números recusam voltar ao local de conforto. Ou somos muito azarados ou vamos descobrir que o Gaspar, afinal, era a senhora que servia os cafés lá no escritório do FMI.

O primeiro-ministro, talvez ainda inebriado pelo perfume do after-shave da chanceler (e perante os números anunciados nesse dia), veio de novo garantir que haverá crescimento em meados de 2013. Imagino que na Bwin estejam a pagar muito por um palpite destes, talvez seja por aí. Eu apostava mais em como, a verdadeira recessão, só vai começar quando as pessoas olharem para o recibo do vencimento de Janeiro. Vai ser automático. Sem multiplicadores e com muita subtracção.


9 Apontamentos

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- Passos Coelho: "Temos a ambição de sermos uma das economias mais dinâmicas da Europa" - e só com 20 pessoas.

2 - Caso Vale e Azevedo - há portugueses a regressar do estrangeiro.

3 - John McAfee, o inventor do Antivirus Software é procurado por assassinato - foi longe demais no eliminar yes/no.

4 - Se a PSP vai começar a filmar as manifs é melhor a GNR ficar com a Cinemateca.

5 - Ricardo Salgado fala de finanças no mesmo tom com que pergunta: "Oiça, essa quiche é de quê, sabe?"

6 - Cavaco Silva diz que respeita o direito à greve mas decidiu trabalhar para um futuro com mais emprego e crescimento. Cavaco é como aquela tia que só aparece para nos visitar em dia de mudanças. Senta-se no sofá que estávamos a mudar e diz: "resolvi passar por cá hoje para ver como vocês estavam. Isto está um bocado desarrumado".

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