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Uma campanha eficaz, simples e à borla

Nas eleições legislativas de 2009, Manuela Ferreira Leite foi cilindrada por apresentar, apenas, uma visão negativa de Portugal. Ganhou José Sócrates e o futuro foi aquilo que se viu.

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1. Portugal tem um hóbi secular e sofisticado, o de complicar o que é fácil. Na promoção do País isso é visível, desde o "Allgarve" até ao "Europe’s West Coast". Está feito e não há nada a fazer. No fundo, trata-se de uma atracção insaciável pelo primado das aparências. Mas antes que mais algum governante ou afim tenha (ou encomende) mais uma ideia genial para vender lá fora a imagem de Portugal, é bom que preste a atenção ao que sobre nós escreveu Sven-Goran Eriksson. O sueco, ex- -treinador do Benfica e da selecção inglesa, tem agora uma coluna de opinião semanal no "The Independent". Na crónica de estreia escreveu: "Why Portugal is my number one". E explicou porquê – é um país "pequeno e Pacífico, com excelente tempo e boa comida. Também temos o mar. Razões suficientes para o amar". Eficaz, simples, reconfortante. E à borla!...

2. Nas eleições legislativas de 2009, Manuela Ferreira Leite foi cilindrada por apresentar, apenas, uma visão negativa de Portugal. Ganhou José Sócrates e o futuro foi aquilo que se viu. Três anos depois, Passos Coelho foi a votos, assumindo a austeridade, mas garantindo ser capaz de fazer melhor do que Sócrates. Ganhou as eleições. Instalado no poder, ressuscita o discurso de Manuela Ferreira Leite. "Só vamos sair da crise empobrecendo", avisa o primeiro-ministro. Ninguém aguenta comer pão todos os dias, sem a perspectiva de que mais dia, menos dia, também terá um pouco de chouriço. Não é irrealismo. Para conseguir algo, é preciso ter ambição e Passos Coelho, muito rapidamente, vai ter de comprar um naco de chouriço. É esta narrativa que tem faltado ao chefe de Governo.

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