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Regras de Trading - 2ª parte

Na semana passada, iniciei a divulgação e explicação sucinta de algumas das mais antigas e sábias regras de trading . Hoje dou continuidade a esse artigo, explicando mais três regras.

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Na semana passada, iniciei a divulgação e explicação sucinta de algumas das mais antigas e sábias regras de “trading”. Hoje dou continuidade a esse artigo, explicando mais três regras.

Para alguns, estas regras já são conhecidas, mas para quem dá os primeiros passos nos mercados, considero essencial que tomem contacto com elas. Se depois de as conhecerem as respeitam ou não, isso já é outra história...

Nunca se apaixone por uma acção

Frequentemente, os investidores criam relações sentimentais com as acções. Este género de sentimentos geralmente acaba por trazer sérios dissabores aos investidores que, por instantes, perdem a noção de qual é o primordial objectivo de um investimento no mercado de capitais: Ganhar dinheiro.

Ou porque adoram os serviços que a empresa lhe presta ou porque, no passado, essa acção lhe proporcionou chorudos ganhos, alguns investidores apaixonam-se por uma determinada acção. Isto leva-os a tomarem as suas decisões de investimento, relativamente a esse título, mais com o coração do que com a cabeça, o que costuma dar maus resultados.

Um dos erros geralmente cometidos por quem se apaixona por uma acção é não a vender na altura certa. Muitas vezes, racionalmente o investidor acredita que chegou a altura certa para vender o papel mas, a sua ligação sentimental com a acção, impede-o de vender, desrespeitando o seu método, o que costuma produzir maus resultados.

Obviamente, o inverso também é perigoso, ou seja, criar uma relação de ódio com um determinado papel - ou porque tem razões de queixa da empresa ou porque no passado teve fortes prejuízos com a acção – costuma levar alguns investidores a perderem excelentes oportunidades de negócio.

Em suma, paixões, ódios e amores podem dar histórias muito interessantes mas não no mundo da Bolsa.

O mercado é um local demasiado dispendioso para a excitação

Muitas das pessoas associam os mercados a um local onde se procura a excitação mas, na verdade, quem o faz geralmente acaba por chegar à conclusão que é um local demasiado caro para tal ambição.

Só tem hipóteses de ganhar dinheiro nos mercados quem os procura com esse intuito. A verdade é que muitos investidores negoceiam em Bolsa pelo gozo, excitação e adrenalina que isso lhes proporciona. Correm depois atrás da excitação, relegando para segundo plano a procura de resultados positivos, o que acaba por lhes custar bastante dinheiro.

No fantástico livro “Market Wizards”, um dos melhores “traders” mundiais, Larry Hite, relata uma conversa sua com um seu amigo que não conseguia entender como Larry era completamente fiel a um sistema mecânico de negociação. O seu amigo perguntou-lhe “Larry, como podes negociar dessa forma? Não é aborrecido?”. Larry ripostou: “Eu não negoceio para a excitação. Eu negoceio para ganhar. “

É evidente que a adrenalina, a excitação, a tensão e o desafio fazem parte do dia-a-dia dos investidores nos mercados financeiros, mas fazer disso o seu objectivo primordial é subverter as regras do jogo, é focalizar as atenções do investidor em aspectos que deveriam ser secundários e funcionar como consequência e não como objectivos. Porque quando a preocupação em ganhar dinheiro deixa de ser a prioridade para um investidor, toda a lógica racional de comportamento face ao mercado se altera.

Por isso, se quer excitação e diversão há locais onde pode consegui-lo de uma forma bem menos dispendiosa...

Evite negociar em demasia

O prazer de negociar e a pressa de ganhar levam muitos investidores a efectuarem dezenas de transacções por dia, comprando e vendendo acções a um ritmo alucinante, muitas vezes não ponderando os riscos e vantagens de cada um desses negócios.

Se a esta ânsia de negociar, juntarmos a publicidade agressiva que as corretoras fazem incentivando o “daytrading” (compra e venda de acções no mesmo dia), facilmente percebemos porque razão muitos investidores negoceiam freneticamente, quase não parando para pensar.

As comissões avolumam-se, os custos negociais também e, sobretudo, muitos dos negócios são feitos sem convicção. Ficar de fora do mercado, à espera da oportunidade certa pode ser monótono para alguns, mas para mim é meio caminho andado para o sucesso.

Parafraseando o grande especulador Livermore, “Depois de passar muitos anos em Wall Street, ganhando e perdendo milhões de dólares, eu quero-vos dizer o seguinte: Nunca foram os meus pensamentos que me fizeram ganhar as grandes fortunas. Foi sempre quando eu estive sem negociar.”

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