Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Opinião
28 de Janeiro de 2009 às 13:00

Quem quer ser milionário?

Há questões impossíveis de responder. Como as que se colocam sobre o personagem de "Slumdog Millionaire", o filme de Danny Boyle: como é que um miserável órfão de 18 anos pode ganhar o "Quem quer ser milionário?" da Índia sem ter feito batota? Só pela dúvida foi preso.

  • 5
  • ...
Há, claro, outras perguntas menos incrédulas: como é que o ex-CEO do Lehman Brothers, Dick Fuld, pôde vender em saldo à sua mulher a sua mansão na Florida, que custara uns míseros 13 milhões de dólares, por uma nota de 100 dólares? Tudo se deveu à crise do imobiliário americano e à queda do valor das casas, poder-se-á argumentar. Como diria um membro da administração do presidente Theodore Roosevelt, "o grande monopólio neste país é poder prover dinheiro". Tudo tem a ver com dinheiro ou, pior, com números. É por isso que num dia em que desaparecem 70 mil empregos (alguns deles em Portugal) isso pareça ser uma banalidade. A ficção de contos de fadas em que se tornou o dinheiro e os números nas últimas duas décadas fazem com que a crise pareça um drama de Hollywood. Não é. A crise financeira contaminou a economia real. E sem emprego não há consumidores, o motor da sociedade de consumo que derrotou todas as ideologias do século XX. Não é por acaso que a sorte atrai, como fuga, tanto os que vão a Las Vegas, apostar o dobro de nada, como os que jogam nos concursos televisivos. A sorte, sendo uma incerteza, já não é diferente daquela que todos os dias se joga na economia real. Todos querem ser milionários. Uns têm sorte. Outros não.
Ver comentários
Mais artigos do Autor
Ver mais
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio