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Planeta Beckham

David Beckham tem uma missão. Estilo James Bond. Em terras do tio Sam precisa de dizer: Beckham, o meu nome é David Beckham. Há quem diga que ele foi contratado para tornar o futebol um produto de massas. O que o Campeonato do Mundo de futebol não consegu

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Tem apenas quatro grandes equipas. 90% dos americanos não consegue identificar um único jogador da Major League Soccer. Alguns dos melhores jogos não são transmitidos pela televisão. E a maioria dos jogadores ganha apenas 11.700 dólares por ano. Compreende-se porque Freddy Adu vem para o Benfica: aqui virá ganhar cerca de 400 mil euros por ano e terá as portas da Europa abertas, se tudo correr bem.

A ida de Beckham para os EUA (e para os Los Angeles Galaxy, não por acaso a cidade do cinema) situa-se no mesmo âmbito do que se passou na década de 70, quando lá desembarcaram nomes como Eusébio, Best, Beckenbauer, Pelé, Cruyff ou Seninho. Em termos de rendimentos Beckham será um “pobre” comparado com os jogadores de outros desportos: só em Los Angeles há 17 jogadores de basebol que ganham mais.

Há quem diga que o grande valor acrescentado do ex-futebolista do Real Madrid e do Manchester United é ser uma celebridade. Algo que faz com que tenha espaço na imprensa muito para lá do desporto. E que só sucedeu com alguns desportistas nos EUA. David e Victoria são perfeitos para integrarem o “jet set” de Hollywood (e, já agora, Abel Xavier também). Do futebol ao cinema e à publicidade vai um passo. E Victoria, por onde passa, costuma deixar o seu aroma. No caso já faz parte do círculo da senhora Cruise.

O futebol está a crescer nos EUA. Em 2006 dos 15 milhões que jogavam futebol (ou “soccer” para se diferenciar do futebol americano), 10 milhões eram crianças. Elas, de resto, vão cada vez menos aos espectáculos desportivos nocturnos e jogam mais futebol do que o conjunto de crianças com menos de 12 anos que jogam basebol, hóquei sobre o gelo e futebol americano. E como se tudo não bastasse, imagine-se quem é um dos principais patrocinadores dos LA Galaxy? A Herbalife. O fenómeno juvenil também tem a ver com a emigração: muitos dos jovens jogadores vêm de países com fortes tradições no futebol. E as televisões transmitem, cada vez mais, jogos de grandes equipas estrangeiras. Há também a questão familiar: as mães norte-americanas desejam que os seus filhos não pratiquem desportos como o basquetebol em que, devido à sua ligação à face mais dura da música Rap, há jogadores a dispararem sobre os seus motoristas. Há outro fenómeno curioso: metade dos praticantes de futebol nos EUA são mulheres.

Para Beckham, Los Angeles é uma cidade de transição. Para múltiplas actividades que tentarão utilizar a sua celebridade. Para o futebol ele representa o dar consistência a algo que já tem vários investidores de peso e que querem aumentar a quota da America no mercado mundial do futebol.

É disso que se trata e, nesse aspecto – lucro –, os norte-americanos costumam dar cartas. Para já os Beckham são o casal do sucesso neste momento.

A festa de boas-vindas foi organizada por Tom Cruise e Will Smith e teve presenças como as de Brooke Shilds, Eva Langoria, Wesley Snipes, Quincy Jones, Bruce Willis, Demi Moore, Jim Carrey e Jenny McCarthy entre outros. E, claro, Abel Xavier, a quem parecem destinados voos mais altos em Hollywood.

Uma passadeira vermelha foi estendida, à boa moda de Hollywood, para o casal entrar no local da festa, a galeria de arte contemporânea de David Geffen, o ex-magnata do negócio da música. Os “paparazzi” encheram o evento. Beckham já começou a ser o mensageiro de um novo universo do futebol nos EUA.

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