Opinião
Os bancos e a falta de capital
João Carvalho das Neves, administrador do BPN, dizia há dias na RTP uma coisa curiosa: apesar das insuficiências de capital do BPN, detectada pela Deloitte em 2002 e 2003, o banco conseguiu manter-se à tona. Até há duas semanas.
É verdade. O recurso ao mercado, sob as mais variadas formas (nomeadamente mercado monetário interbancário,) permitiu ao banco dar a volta aos problemas que o afectavam. Ou seja, quem dirigia a instituição acreditou que ela podia desenvolver a sua actividade normal, apesar da falta de capital.
Foi um erro. Mas é importante perceber porquê. Alguns analistas têm dito que as coisas só correram mal devido ao agravamento da crise financeira. Não só porque houve uma discreta corrida aos depósitos, que fez sair muitas dezenas de milhões da instituição, mas porque as linhas de crédito do mercado monetário secaram… até para as instituições mais seguras e credíveis.
Isto explica apenas parte da verdade. Porque de facto o que o caso BPN mostra (tal como o do BCP, salvaguardadas as monstruosas diferenças) é que as insuficiências de capital de uma instituição de crédito normalmente acabam mal. Se não forem resolvidas a tempo. Porque é que é importante não perder de vista, agora, este "pormaior"? Para que outras instituições a operarem no mercado, que não respeitam os rácios prudenciais (embora sem atingir a dimensão do BPN), tirem daqui as devidas ilações…
Foi um erro. Mas é importante perceber porquê. Alguns analistas têm dito que as coisas só correram mal devido ao agravamento da crise financeira. Não só porque houve uma discreta corrida aos depósitos, que fez sair muitas dezenas de milhões da instituição, mas porque as linhas de crédito do mercado monetário secaram… até para as instituições mais seguras e credíveis.
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