Opinião
O "fantasma da ópera"
Acontecem coisas estranhas. Então não é, meus queridos leitores, que parece que o fantasma do Michael Jackson terá sido visto a passear pela Neverland, a propriedade do cantor, bem como por muitos outros cantos do planeta? Yuko, em Osaka...
Acontecem coisas estranhas. Então não é, meus queridos leitores, que parece que o fantasma do Michael Jackson terá sido visto a passear pela Neverland, a propriedade do cantor, bem como por muitos outros cantos do planeta? Yuko, em Osaka, Japão, clama ter visto Michael no espelho quando lavava os dentes, porém não explica o que ele pretendia, se também lavar os seus; Theresa, em Milton Keynes, Reino Unido, jura que o seu filho, quando estava na cama, terá visto o cantor e conversado com ele - passemos adiante; Bella, em Montreal, diz ter encontrado Michael no banco traseiro do taxi em que viajava, só não diz se partilharam a conta; Rae, em Dublin, diz ter visto a face de Michael nas nuvens, o que é a menos estranha declaração de todas, pois o nosso rapaz de 50 anos e Peter Pan de serviço andava mesmo com a cabeça nas nuvens há muitos anos; e muitos outros, em muitos outros países, relatam experiências semelhantes, perfazendo um total que já ultrapassa as 120 "aparições". Mais, se acreditarmos em Amy Winehouse, o fantasma quererá abraçar a profissão de "coaching", pois ela reclama ter ouvido várias vezes a voz de Michael na praia de Santa Lúcia recomendar-lhe que abandone as drogas. Só não sabemos é se Amy ouve Michael antes ou depois de estar do lado de lá... Já quanto ao paradeiro actual do próprio Michael, Judy Evenly situa-o entre Júpiter e Saturno, de onde ele terá vindo "pois é um extra-terrestre".
Michael estaria assim a ultrapassar - em aparições - Elvis, embora seja verdade que tendo Elvis desaparecido muito antes de haver Internet, muitas visões passaram despercebidas para o comum dos mortais. Mas é certo e seguro que o fantasma do "Rei" anda por aí a assombrar Graceland, onde foi visto na piscina e, pasme-se, a casar com o fantasma de Marilyn Monroe, o que não deixará de dar ao senhor Zapatero a ideia de ser o primeiro no Mundo a legalizar os casamentos entre fantasmas. Mas também foi visto em Tupelo, a sua terra natal, e em muitos outros sítios, incluindo num Burger King em Kalamazoo, provavelmente porque estava com vontade de trincar alguma coisa e convenhamos que mesmo para um fantasma seria estranho vê-lo pedir um prego no Galeto ou uma sandes de leitão na área de serviço da Mealhada. Até na Coreia do Norte o nosso Elvis terá aparecido, embora haja quem sustente que se trataria de Kim Jong-iI, que usa uns óculos de sol iguaizinhos aos do "Rei". Porém, Michael ainda não reencarnou, ao contrário de Elvis: uma mãe americana reclama que o seu bebé terá começado a cantar no berço o "Blue Suede Shoes" com a voz do "King".
John Lennon, outro monstro sagrado, também tem muitas aparições registadas, entre elas ao seu filho Julian, sob a forma de uma pena branca, a Paul, na sessão de gravação de "Free as a Bird", sob a forma de um pavão branco, e a Liam Gallagher, quando este estava deitado na cama em Manchester. Curiosamente, como nota o jornal "Metro", do Reino Unido: "oddly, at no point during any of these visitations did Lennon tell those involved to stop recording rubbish music."
Jacques Brel, diz-se, anda por aí "alive and well", embora não a viver em Paris. Andará nas Ilhas Marquesas, na companhia de Paul Gaugin. Kurt Cobain também anda por aí a assombrar - em Agosto de 2000, seis anos após se ter suicidado, apareceu no Compaq Presario laptop de um gestor de 24 anos de um bar em Essex. Confesso que acho pouco credível este caso, não só dada a profissão do homem, mas também como é que pode passar pela cabeça de alguém, mesmo o Kurt, ir assombrar um laptop?
Mas não é só no mundo da música que há fantasmas. Orson Wells é ainda hoje visto na sua mesa favorita do seu restaurante favorito de Los Angeles. Infelizmente, no caso dele o restaurante mudou com o tempo, desde 1985 que já não é o Ma Maison, pelo que temos o primeiro caso de um fantasma que vai a um restaurante também ele fantasma. Marilyn assombra o espelho do lobby do Hollywood Roosevelt Hotel, o mesmo hotel em que Montgomery Clift assombra o quarto 928. E, caso único, parece que vamos pela primeira vez ter um fantasma de alguém que está vivo: consta que o fantasma de Michael Schumacher vai assombrar um Ferrari no próximo grande prémio.
Nós cá, portugueses, temos os fantasmas na política. O mais "badalado" é D. Sebastião, claro, que ainda nos nossos dias é visto em manhãs de nevoeiro (como é que se vê alguma coisa no nevoeiro?), mas os casos mais recentes são os das listas partidárias, onde abundam os fantasmas - os tais que deviam estar, mas desapareceram. Mas estamos todos a preparar a romaria para ir ver o novo fantasma, o tal cujas aparições vão ser na TVI.
Frederico Bastião é Professor de Teoria Económica das Crises na Escola de Altos Estudos das Penhas Douradas. Quando perguntámos a Frederico se acredita em fantasmas, Frederico respondeu: "Sim e tenho-os visto em diversas ocasiões: ao oitavo uísque, a ouvir o Professor Marcelo falar do Barrilaro Ruas, e a entrarem e a saírem lá para o fim das noites de eleições."
Michael estaria assim a ultrapassar - em aparições - Elvis, embora seja verdade que tendo Elvis desaparecido muito antes de haver Internet, muitas visões passaram despercebidas para o comum dos mortais. Mas é certo e seguro que o fantasma do "Rei" anda por aí a assombrar Graceland, onde foi visto na piscina e, pasme-se, a casar com o fantasma de Marilyn Monroe, o que não deixará de dar ao senhor Zapatero a ideia de ser o primeiro no Mundo a legalizar os casamentos entre fantasmas. Mas também foi visto em Tupelo, a sua terra natal, e em muitos outros sítios, incluindo num Burger King em Kalamazoo, provavelmente porque estava com vontade de trincar alguma coisa e convenhamos que mesmo para um fantasma seria estranho vê-lo pedir um prego no Galeto ou uma sandes de leitão na área de serviço da Mealhada. Até na Coreia do Norte o nosso Elvis terá aparecido, embora haja quem sustente que se trataria de Kim Jong-iI, que usa uns óculos de sol iguaizinhos aos do "Rei". Porém, Michael ainda não reencarnou, ao contrário de Elvis: uma mãe americana reclama que o seu bebé terá começado a cantar no berço o "Blue Suede Shoes" com a voz do "King".
Jacques Brel, diz-se, anda por aí "alive and well", embora não a viver em Paris. Andará nas Ilhas Marquesas, na companhia de Paul Gaugin. Kurt Cobain também anda por aí a assombrar - em Agosto de 2000, seis anos após se ter suicidado, apareceu no Compaq Presario laptop de um gestor de 24 anos de um bar em Essex. Confesso que acho pouco credível este caso, não só dada a profissão do homem, mas também como é que pode passar pela cabeça de alguém, mesmo o Kurt, ir assombrar um laptop?
Mas não é só no mundo da música que há fantasmas. Orson Wells é ainda hoje visto na sua mesa favorita do seu restaurante favorito de Los Angeles. Infelizmente, no caso dele o restaurante mudou com o tempo, desde 1985 que já não é o Ma Maison, pelo que temos o primeiro caso de um fantasma que vai a um restaurante também ele fantasma. Marilyn assombra o espelho do lobby do Hollywood Roosevelt Hotel, o mesmo hotel em que Montgomery Clift assombra o quarto 928. E, caso único, parece que vamos pela primeira vez ter um fantasma de alguém que está vivo: consta que o fantasma de Michael Schumacher vai assombrar um Ferrari no próximo grande prémio.
Nós cá, portugueses, temos os fantasmas na política. O mais "badalado" é D. Sebastião, claro, que ainda nos nossos dias é visto em manhãs de nevoeiro (como é que se vê alguma coisa no nevoeiro?), mas os casos mais recentes são os das listas partidárias, onde abundam os fantasmas - os tais que deviam estar, mas desapareceram. Mas estamos todos a preparar a romaria para ir ver o novo fantasma, o tal cujas aparições vão ser na TVI.
Frederico Bastião é Professor de Teoria Económica das Crises na Escola de Altos Estudos das Penhas Douradas. Quando perguntámos a Frederico se acredita em fantasmas, Frederico respondeu: "Sim e tenho-os visto em diversas ocasiões: ao oitavo uísque, a ouvir o Professor Marcelo falar do Barrilaro Ruas, e a entrarem e a saírem lá para o fim das noites de eleições."
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