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20 de Janeiro de 2009 às 13:00

O presidente "laptop"

Os europeus apaixonaram-se por Barack Obama. Mais até do que os americanos. Mas, como se sabe, a paixão costuma ser cega. Só nos deixa ver o que queremos e ilude o que não desejamos vislumbrar. Obama vai ser como um melão: só depois de aberto saberemos o que dali sairá. Se o aroma que inebriou metade do mundo, se um perfume que ilude no início e se torna uma desilusão depois.

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Há quem lhe chame o novo Franklin Roosevelt, ou o sucessor de Abraham Lincoln, mas eu talvez concorde com Tina Brown, que o baptizou como o primeiro "presidente Blackberry". É, efectivamente, o primeiro presidente do mundo das novas tecnologias, e o que, consistentemente, soube fazer um caminho para líder desde a longínqua convenção de John Kerry até à Casa Branca. Utilizando a Internet como teia política, da forma como conseguiu milhões para a campanha à forma como conquistou milhares para o trabalho de propaganda.

Obama tem, na Casa Branca, múltiplos trabalhos, da crise económica interna à combustão externa do Iraque, do Irão, do Paquistão e do Afeganistão. Criou uma espécie de governo de unidade nacional, mas dificilmente esquecerá o mundo do seu pai, onde só o exercício do poder confere a liderança. Até agora, a imagem de Obama é fruto de uma manipulação atraente, mas de onde já salpica algum verniz (como a nomeação de Robert Gates para secretário da Defesa).
Hoje é o primeiro dia do resto da vida dos EUA. Obama é o seu novo pastor, em busca de um rebanho tresmalhado. Veremos se o guia se perde no rebanho.
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