Opinião
O milagre (?) dos têxteis
Na terça-feira o Governo juntou-se à Associação Têxtil e Vestuário (ATP) para apresentar o plano estratégico para o sector (actualização de outro plano, de 2002).
O ponto alto do evento poderia ter sido o excelente discurso de Sócrates, incutindo confiança nos empresários, e a apresentação dos caminhos a seguir pelo sector nos próximos cinco anos: aposta na marca e distribuição (deve representar 25% da facturação em 2013), no desenvolvimento de têxteis técnicos e funcionais (20%) e no “private label” (55%). Mas não foi. Foi a constatação de que estes planos (sem desprimor para os autores deste, pessoas competentes) têm pouco valor prático, porque falham mais do que acertam. No estudo anterior, os têxteis-lar e as lãs prometiam ser as estrelas. Não foram. Estrelas foram os têxteis técnicos e funcionais? e a afirmação de marcas (Lanidor, Quebramar, Salsa). Contudo, o verdadeiro ponto alto foi a constatação de que apesar da crise financeira, da apreciação do euro e da subida dos juros as exportações do sector aumentaram 4,2% em 2007. Com crescimentos de 40% para a improvável China, 15% para o Brasil e 30% para a Rússia!
É por isso que apetece fazer, já, “fast forward” e cair em 2013 para conhecer as novas surpresas, que as vai haver (crescimento espectacular dos têxteis técnicos e das marcas?). Oooops?! É melhor ser o mercado a dizer às empresas o que têm de fazer.