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O dia nacional

Enquanto os portugueses olham para as cartas que lhes dizem que por cada 100 mil euros de empréstimo para aquisição de habitação vão ter de pagar mais 63 euros, o PSD, acertadamente, propõe o Dia Nacional do cão.

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Os cães, como se sabe, num mundo de betão, deixaram de ter local em que possam comer a sua sopa dos pobres, são escorraçados como mendigos e têm de se refugiar em ruas pouco frequentadas, frias e escuras. São párias da sociedade. Os portugueses que, a partir de agora, vão ter de cortar no seu almoço de dois croquetes para um podem, no entanto, sentir-se felizes. Os cães, pelo andar da carroça, qualquer dia só terão direito a meio osso por refeição. Os portugueses podem ficar endividados até ao limite, mas têm habitação. Os bichos simpáticos que vagueiam pelas ruas, não têm uma casota. Tudo isto pode parecer irónico e abusivo. Mas tudo isto é Portugal. Este é o país em que o futebol é a «fast food» de cada português. Por isso, pelo menos neste mês de Junho, mesmo que subam as taxas de juro e aumentem as prestações da casa, ninguém vai sentir-se diminuído. Ou preocupado. O país vai desfraldar bandeiras, vai consumir futebol como tremoços e vai agitar-se ao som de um samba emprestado. Em Julho vai de férias. Em Agosto também. Lá para Setembro o PSD vai finalmente conseguir agendar a sua proposta. Para espanto dos portugueses.
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