Ao fim de mais de dois anos de austeridade na Europa, o FMI reconhece que calculou mal o impacto na economia. O FMI já começou a corrigir algumas contas: por cada euro de austeridade, a economia não cai 0,5 euros, mas sim entre 0,9 e 1,7 euros. Eu bem desconfiava, estávamos a usar um modelo criacionista económico. Que chatice, o culpado era o modelo e não o obediente mordomo. Parece que, afinal, andámos a preencher mal o boletim do euromilhões - por isso é que não nos saía nada.

O FMI corrigiu o que perdemos de 0,5 para entre 0,9 e 1,7 - é o chamado intervalo "Não fazemos ideia no que isto vai dar". Eu vou deixar de almoçar de 0,9 a 1,7 croquetes.

Valha-me o Deus da macroeconomia! Isto é assustador. Se os cursos de economia têm por base os mesmos axiomas teóricos dos modelos do FMI é queimar os compêndios da Católica que aquilo está tudo errado. É o horror! Tudo leva a crer que a curva de Laffer, afinal, é um desfiladeiro.

Bruxelas anda a pedir "espírito construtivo" aos partidos políticos em Portugal mas, se calha construirmos com base no projecto deles, vai acontecer com a economia portuguesa o que aconteceu com a ponte de Entre os Rios. Estamos perante um caso de negligência médica: o pediatra enganou-se na conta e receitou uma dose para hipopótamos. Os modelos usados pela Comissão Europeia, BCE, Banco de Portugal, etc só podiam ser aplicados com sucesso em Pandora, uma das luas de Polifemo, um dos três gigantes gasosos fictícios orbitando Alpha Centauri - estou a ficar azul. Os modelos desta gente não têm qualquer ligação com a realidade. Com umas contas destas não sei como é que a Lagarde não engravidou mais vezes.
Deve usar DIU. Se ao menos ainda lá estivesse o Strauss-Kahn sempre tinham a desculpa que foi o maluco do francês que… que…que rebentou com as contas todas.

O FMI é o novo amianto: toda a gente usava, porque era o mais em conta, mas afinal causava cancro. Só espero que o salto espacial, da Red Bull e do Felix Baumgartner, não tenha sido calculado pelo FMI. Não arriscando, não quero os miúdos no quintal a essa hora.

Ouvi dizer que os Socialistas Europeus querem desculpas por "erros" no impacto da austeridade - desculpas?! Desculpas não chegam, quem é que paga a chapa?!

Deve ser uma chatice ser bom aluno a geografia e descobrir que, afinal , ao contrário do que nos ensinou o prof , os oceanos não são dois e os continentes não são dezoito. E agora, que repercussões vai ter? Para começar, o aluno perde o respeito ao professor e isso já se fez sentir. Perante a notícia de que a venda à ANA de uma concessão para explorar os aeroportos portugueses não poderá ser usada para abater o défice público deste ano (malditos tipos do TC!) , segundo se sabe, o Ministério das Finanças está disposto a ir mais longe e "desafiar as reservas do Eurostat e lidar com eventual chumbo a posteriori." O bom aluno está a ficar rebelde. O professor ainda vai acabar no canto da sala a olhar para a parede com orelhas de burro. Como diria o outro: "e o burro sou eu?"




OUTROS MODELOS

1. Com Seguro temos: feriado de 5 de Outubro, menos deputados e um banco de fomento do estado - estamos lá!

2. Seguro, agora, quer um banco novo do estado - a sigla BPN ainda está livre?

3. A Tecnoforma é mais uma prova da inteligência dos empresários portugueses

4. Ganhou o Chávez: longa vida para os estaleiros de Viana!

5. Primeiro-ministro: "a empresa até já perdeu contratos por dizerem que a Tecnoforma é do Passos Coelho"- imagino que sim: os orçamentos nunca batem certo. Tecnomorfa - era melhor nome.

6. "Detidos na manifestação de sexta-feira vão fazer trabalho comunitário" vão chamar - gatunos -aos membros do governo.

7. A entrevista ao jornal espanhol "Expansión" prova que o PR anda mesmo ao contrário dos portugueses - Cavaco vai deitar gasolina a Espanha.