O que é a DeepSeek? 

A DeepSeek é uma empresa chinesa de Inteligência Artificial, sediada em Huangzhou, e foi fundada por Liang Wenfeng, que administrava o fundo chinês High-Flyer. A empresa desenvolve modelos "open source", ou seja, os utilizadores podem contribuir e melhorar o software. A 2 de novembro de 2023, revelou o primeiro modelo - DeepSeek Coder - que era gratuito para uso comercial. 
 

A DeepSeek apareceu de repente? 

A DeepSeek tem vindo a lançar novos modelos desde o final de 2023, mas de uma forma discreta e sem publicitar tanto as inovações que alcança. Um dos seus trunfos é o facto de estar a conseguir evoluir com menos custos e em menos tempo, o que pode por em causa os argumentos das tecnológicas norte-americanas por conseguir resultados iguais - ou até superiores - com menos dinheiro.  

A chinesa alega que este último modelo foi construído em dois meses e com recurso a seis milhões de dólares, uma quantia bastante abaixo dos milhões que têm sido investidos do outro lado do Atlântico. 
 

O que é o modelo R1? 

O crescimento da DeepSeek tem acontecido numa altura em que a China tem um acesso limitado aos chips mais avançados de inteligência artificial. Tal não impediu a empresa de apresentar o mais recente modelo que usa chips de processamento mais antigos, baixando os custos. 

Com menos dinheiro, menos tempo e menos "hardware", a DeepSeek criou o R1, um modelo de linguagem a grande escala com recurso a inteligência artificial (MLL, na sigla em inglês) que joga de igual para igual com os modelos mais recentes da OpenAI, Meta e Google. Mesmo o Dono do ChatGPT, Sam Altman, já admitiu que a DeepSeek tem um "modelo impressionante". 

 
A DeepSeek responde a qualquer questão? 

O modelo R1 é limitado quando as questões dos utilizadores são sobre assuntos mais sensíveis, ou seja, questões políticas sobre a China e o Presidente Xi Jinping. Uma vez que se trata de uma empresa chinesa, está sujeita às regras do regulador da internet chinês para assegurar que as respostas "simbolizam os valores fundamentais socialistas". 

Como reagiram os mercados? 

As tecnológicas norte-americanas, as chamadas "sete magníficas" tremeram na bolsa, com a Nvidia a sofrer a maior queda da história ao desvalorizar 17% numa só sessão.  

Na passada segunda-feira, 27 de janeiro, a fabricante de semicondutores perdeu 589 mil milhões de dólares, um valor que corresponde ao dobro do PIB de Portugal em 2023. E perdeu também o título de empresa mais valiosa do Estados Unidos, sendo ultrapassada pela Apple e Microsoft. Entretanto, recuperou parte das perdas.