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O bando dos quatro

O BPN ficará para a história como o banco que apagou a nitidez das nossas certezas sobre a democracia portuguesa. Pouco sobra de um monte de verdades e de mentiras que se vão acumulando à espera da incineração total...

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O BPN ficará para a história como o banco que apagou a nitidez das nossas certezas sobre a democracia portuguesa. Pouco sobra de um monte de verdades e de mentiras que se vão acumulando à espera da incineração total. O BPN tornou-se o Frankenstein da democracia. O que diz Oliveira e Costa e o que não dizem Dias Loureiro ou Joaquim Coimbra são o Jekyll e o Hyde desta alucinação. O BPN é a tatuagem do País pós-1974 e os seus actores são figuras parecidas com a criança adorável de "O Exorcista". Entre o bem e o mal deixou de existir uma fronteira neste país. Portugal não é um país normal. Mente-se e desmente-se. E o País, a começar pela justiça, fica parado, como se estivesse a ver uma telenovela. Como se o BPN fosse uma ficção muito bem contada. Não é. As declarações de Oliveira e Costa são apenas a ponta do icebergue, porque este, adivinha-se, é misterioso e sombrio como as profundezas do oceano. Oliveira e Costa não quer ser Calígula: assassinado, ninguém sabia quem lhe poderia suceder. E Cláudio foi escolhido porque a Guarda Pretoriana o encontrou atrás das cortinas. Aqui já não há cortinas. Dias Loureiro já não pode dizer que está atrás delas. Ou se demite de um cargo moral (Conselheiro de Estado) ou Cavaco Silva deve convidá-lo a partir, até porque nada mais pode fazer. Oliveira e Costa puxou da adaga e mostrou parte do que se esconde por detrás da cortina onde esteve o núcleo duro de Cavaco. A fragilidade do Presidente vem daí. Mas o BPN não é um "bando dos quatro". É a bandalheira da nossa democracia.
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