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O apoio de Sócrates

Há duas maneiras de pôr a despesa pública em ordem: reduzindo os gastos ou deixando o Produto crescer mais que a despesa. A segunda faz-se quando se tem tempo, a primeira quando se está aflito.

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O orçamento para 2007 mostra que Teixeira dos Santos quer fazer as duas coisas. Não é a opção ideal para o estado da economia. Mas chega para desqualificar o orçamento?

Não. Porque o ministro se compromete a reduzir em 5,1% as despesas com pessoal (85% das despesas de funcionamento do Estado). Porque está a mostrar que fala a sério quanto à redução da despesa pública (só Manuela Ferreira Leite revelou a mesma determinação).

Podia fazer melhor? Podia: ser mais ambicioso a cortar despesa corrente; criar mais incentivos à poupança; garantir que o corte nas despesas de pessoal virá da redução efectiva de funcionários e não da inércia das reformas (como aconteceu em 2006).

Então porque não o fez?

Por opção política (o PS anda inquieto) e porque Paulo Macedo lhe proporciona receita para não ter de ser draconiano na função pública. Mas como este maná não dura para sempre, ou cumpre o que acabou de prometer ao país ou ninguém o levará a sério daqui a um ano.

P.S.: O ministro tem de exigir a Sócrates que obrigue os outros ministros a colaborarem na redução do número de funcionários públicos.

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