Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Opinião
06 de Abril de 2006 às 13:59

«No Abbiate Paura»*

Fez um ano, no passado dia 2 de Abril, que o Papa João Paulo II «voltou à Casa do Pai». Foi um Homem Santo, que viveu e morreu com fé, determinação, humildade e capacidade de sofrimento.

  • ...

Fez um ano, no passado dia 2 de Abril, que o Papa João Paulo II «voltou à Casa do Pai». Foi um Homem Santo, que viveu e morreu com fé, determinação, humildade e capacidade de sofrimento.

Acredito que as suas palavras e acções tiveram uma enorme influência em muitos empresários e gestores em todo o mundo e, particularmente, em todos aqueles que elaboraram e já assinaram (mais de 400) o «Código de Ética» da ACEGE.

Ao assiná-lo, assumiram uma «responsabilidade individual» na prossecução dos princípios do código, o que implica recusarem participar na conhecida irresponsabilidade colectiva, que adormece as consciências e que tudo abriga. Uma mensagem que João Paulo II não deixou de levar a todos os cantos do mundo, nunca desistindo de afirmar claramente e de lutar por aquilo que acreditava ser melhor para o Homem.

Gostava, por isso, em sua homenagem, de salientar alguns dos principais compromissos assumidos no Código de Ética e que se enquadram na mensagem que o Papa nos deixou ao longo de toda a sua vida, como sejam:

- «O Homem é o fundamento, o sujeito e o fim de todas as instituições em que se expressa a vida social, por isso os empresários e gestores, através das suas atitudes, comportamentos e acções, têm a enorme responsabilidade pessoal, não só no desenvolvimento das empresas, mas sobretudo na vida dos seus colaboradores, «stakeholders» e na sociedade»;

– «? são as pessoas que são éticas, sendo que a ética empresarial significa confrontar, permanentemente, a procura de uma maior rentabilidade com a defesa do Homem, procurando a excelência no trabalho como um imperativo ético, visando a realização plena de todos os homens e do Homem;

– Finalmente, e na defesa do compromisso ético empresarial, o «Código de Ética» termina afirmando que «os empresários e gestores que aderem aos valores e princípios contidos neste código comprometem-se a defendê-los, como obrigação de consciência, na sua actividade profissional e pessoal».

Os empresários e gestores têm por isso essa enorme responsabilidade, enquanto «minoria criativa», de nunca deixarem de praticar a Justiça e a Caridade nas relações empresariais. Os empresários e gestores são chamados a buscar sempre a Justiça, mas têm em si a dinâmica do Amor, que vai além da própria Justiça.

Esta é parte da mensagem que o Papa João Paulo II não deixou de afirmar, continuamente, dando uma extraordinária força aos empresários e gestores, incentivando-os a realizar uma gestão com valores, alicerçada numa forte ética empresarial, com respeito pela dignidade humana e lembrando-lhes sempre que a Doutrina Social da Igreja «compreende o recto agir na actividade económica e na vida social e política».

Como é já «quase» consensual, nos dias de «incerteza e medo» que hoje se vivem, os empresários e gestores, das pequenas às grandes empresas, necessitam de desenvolver uma cultura empresarial ética que permita às suas empresas serem ágeis, rápidas e flexíveis, para poderem ser mais produtivas e competitivas, obrigando-os dar o seu melhor e a serem talentosos, conhecedores, humildes e corajosos.

Sabemos que esta não é uma tarefa fácil, até porque do outro lado estão aqueles que, não observando qualquer «código de ética», vão tentando obter vantagens concorrenciais, ainda que de curto prazo. É por isso que, em frente ao túmulo do Papa João Paulo II, na  sua simplicidade «branca», muitos empresários e gestores podem «ouvir» a sua voz repetir, incessantemente, «No Abbiate Paura». Uma mensagem que os anima a tentarem procurar seguir o caminho ético, que sabem os levará mais longe.

Ver comentários
Mais artigos do Autor
Ver mais
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio