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Manuel Caldeira Cabral 31 de Maio de 2016 às 00:01

Manuel Caldeira Cabral: Melhor financiamento e mais inovação

Para Portugal não depender da sorte tem de apostar numa estratégia de longo prazo que reforce a capitalização, a inovação e a capacidade tecnológica das empresas. Só com estas medidas se pode relançar o investimento, reforçar a competitividade e a capacidade de afirmação das empresas portuguesas nos mercados internacionais.

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No curto prazo, o actual Governo promoveu o relançamento da procura interna com a reposição de salários e medidas de apoio ao rendimento, mas também com incentivos ao relançamento do investimento através da mobilização dos fundos comunitários.

Logo no primeiro mês, constituímos a Estrutura de Missão para a Capitalização das Empresas. O endividamento e as dificuldades de acesso ao financiamento continuam a ser um problema que afecta muitas empresas portuguesas e só enfrentando este problema se pode relançar o investimento em Portugal.

O Programa Capitalizar, lançado pelo Ministério da Economia, envolve medidas na área do financiamento, fiscais e na área da justiça. Inclui também fontes de capitalização e financiamento às empresas que já lançámos para o mercado.

A estratégia que temos de seguir tem que se centrar em criar valor: valorizando os trabalhadores, valorizando o conhecimento e a inovação, valorizando o empreendedorismo.

Só apostando no ensino, na formação e nos trabalhadores podemos aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos produtos e serviços portugueses. Só utilizando melhor o conhecimento que existe no sistema científico português e colocando-o ao serviço da melhoria tecnológica e da inovação, poderemos ter empresas mais competitivas.

O Programa Capacitar, o Indústria 4.0 e o Programa Startup Portugal são três iniciativas que lançámos e que visam promover a inovação em Portugal. O Startup Portugal pretende dar melhores condições ao empreendedorismo e às novas empresas tecnológicas para que cresçam a partir de Portugal. O Programa Capacitar visa mobilizar o conhecimento existente nas nossas universidades e centros tecnológicos para melhorar a competitividade das empresas. E o Indústria 4.0 é um programa transversal, que envolve empresas portuguesas e algumas das multinacionais mais avançadas do mundo no desenho de soluções para aquele que é o maior desafio, mas também a maior oportunidade que a indústria enfrenta: a digitalização da concepção, da logística e comercialização dos mercados e produtos.

Estes programas vão ser determinantes para a nossa capacidade de internacionalização, de captação de investimento directo estrangeiro e aumento das exportações.

O Governo está a trabalhar em diferentes formas de relançar as exportações e promover a internacionalização da economia portuguesa. Só expostas ao mercado global, as empresas nacionais terão os aumentos de produtividade e de competitividade que necessitam para crescerem de forma sustentada.

Destaco ainda três apostas que me parecem importantes para as empresas: a aposta na capacitação de profissionais capazes de trabalhar novos mercados; a aposta no desenvolvimento de novas ferramentas de informação que coloquem as empresas nacionais em vantagem competitiva em relação às concorrentes globais e a aposta na colocação de mais profissionais qualificados em mais empresas portuguesas.

Finalmente, e ainda relacionado com as exportações, surge o turismo, sendo hoje Portugal um país cada vez mais relevante e oferecendo valor acrescentado e de diferenciação face aos destinos concorrentes. Temos de continuar a promover Portugal como um destino de excelência, seguro, com diversidade na oferta, desde a praia até ao turismo de negócios. Esta é a estratégia de turismo que estamos, neste momento, a discutir e a implementar.

Estas políticas estão a ser desenvolvidas num quadro de uma governação rigorosa, com metas bem definidas de consolidação orçamental e redução do endividamento público e privado do país.

As pessoas e as empresas precisam de estabilidade e de confiança. Não compete ao Estado substituir o papel das empresas, mas sim, simplificar-lhes a vida – como estamos a fazer com o programa Simplex - criar os instrumentos e os incentivos para que as empresas possam investir e criar emprego qualificado em Portugal. É para isso que estamos a trabalhar: para que o país não dependa da sorte. 

Ministro da Economia

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