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Em defesa de Carlos Costa

Em tempos o deputado Nuno Melo, ao falar sobre o BPN, confundiu "capital" com "liquidez". Na discussão do OE 2012 uma deputada do PCP "esqueceu-se" que o IVA, para quem exporta, é dedutível.

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Na sexta-feira o deputado João Galamba, ao interpelar o governador do Banco de Portugal, mostrou não saber o significado da expressão "efeito de crowding out": quando um sector da economia (Estado, famílias e empresas) exagera no crédito ele falta para outros. O governador perdeu a paciência e acusou João Galamba de ignorância e má-fé intelectual. A quem chegou ainda a dizer "Se não sabe o que significa, vá aprender".

Carlos Costa podia ter sido mais simpático e, até, irónico (como faz o ministro das Finanças)? Podia. Mas um governador tem de ser técnico, não político. E é difícil ter paciência quando um deputado fala com propriedade sobre coisas que não sabe e/ou que não estudou (coisa frequente no Parlamento).

João Galamba é dos mais bem falantes do PS. Mas falar bem não é sinónimo de competência. E Galamba, a quem Carlos Zorrinho, no Facebook, chamou de um dos mais promissores da nova geração do PS (o que diz bem do estado do partido…) só se pode queixar de si próprio: nadou para fora de pé… sem bóia. O que disse na AR foi um disparate, como outros que já havia dito nas interpelações a Vítor Gaspar.

Galamba e outros deputados podem interpretar o incidente de duas formas: amuarem ou perceberem que não podem falar, na AR ou noutro sítio, sem estudar as matérias. Discutir seriamente os assuntos é uma coisa; "mandar bocas" é outra. É por haver demasiados políticos a "mandar bocas" que o país está falido.


camilolourenco@gmail.com
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