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04 de Janeiro de 2006 às 13:59

Bandeira nacional

É verdade que o Euromilhões Lisboa-Dakar 2006 já deixou o nosso país, mas a etapa de ontem, que ligou Er Rachidia e Ouarzazate, mais parecia disputar-se em território nacional tal o número de portugueses ao longo da pista e no Erg Chebi! Bandeiras, incent

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Esse apoio é muito importante para nós e uma vez mais prova o carinho e paixão que os portugueses têm pela competição? e pelos seus representantes!

No capítulo competitivo, terminei a etapa, com mais de 600 quilómetros no total, dos quais 386 eram cronometrados, na 57ª posição, ascendendo a 70º na classificação geral. O carro aguentou bem as dificuldades do piso, bastante demolidor porque cheio de pedras em quase toda a totalidade do percurso, e tenho vindo a perceber que, pela primeira vez na minha carreira, tenho entre mãos uns verdadeiro carro de competição! Se exceptuarmos a quebra da buzina e a avaria de um dos compressores, tudo tem corrido bastante bem do ponto de vista mecânico.

Já do ponto de vista físico, neste segundo dia em território africano as minhas costas começaram a ressentir-se de mais de 600 quilómetros cronometrados em pistas duríssimas. Já ontem a especial tinha sido massacrante, mas penso que ainda não tenho o corpo ‘feito’ à ‘bacquet’, sendo apenas uma questão de dias. Relativamente ao capítulo da navegação, na segunda etapa em Portugal, tinha tido alguns problemas porque o ‘road book’ é como o utilizado nas duas rodas – um rolo de papel com notas que se vai desenrolando manualmente – e tenho que dividir a atenção entre o volante e as notas. Ora, o que acontece é entrar numa zona mais sinuosa e técnica que me obriga a olhar para a estrada e só depois ‘actualizar’ o road book!

Em África, sem tantos pontos de referência como em Portugal e com a limitação do uso do GPS, que permite apenas situar-nos num raio de três quilómetros em relação à pista correcta, tenho utilizado a experiência que ganhei nos Quads para ler o terreno e perceber quais as pistas correctas a seguir. É tão fácil um engano que representa várias horas perdidas que chego sempre um pouco cansando devido à constante concentração com os outros concorrentes, nas ultrapassagens às motos, com o carro? com tudo!

Hoje, descemos ainda para sul, em direcção ao Saara Ocidental, para uma etapa com 819 quilómetros, dos quais 350 são contra o cronómetro, tendo depois ainda mais 282 quilómetros para fazer até chegar ao acampamento.

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