Infelizmente, sofreu uma queda ontem que lhe provocou a morte, ao que tudo indica, imediata. Nesta mesma etapa, um dos líderes da prova, o espanhol Isidre Esteve Pujol, sofreu duas quedas que tiveram como consequência colocá-lo fora de prova, felizmente apenas isso.

O Dakar é uma prova dura, duríssima, e obriga pilotos e máquinas a um constante desgaste, quase sempre sem tempo para recuperar. Apesar do cuidado colocado no capítulo da segurança, com a introdução de novas medidas e tecnologias todos os anos, o Dakar reclamou mais uma vida. Temos que respeitar a memória dos que ficam pelo caminho, mas não se pode pensar muito nisso ou colocamos em causa a nossa própria vida.

Voltando um pouco atrás, o dia de descanso, no domingo, permitiu duas coisas à caravana do Euromilhões Lisboa-Dakar 2006. Lamber as feridas e conhecer a capital da Mauritânia. Depois de oito dias ininterruptos de competição, atravessando Portugal, Espanha, o Mar Mediterrâneo, Marrocos, o Saara Ocidental e a Mauritânia, foi-nos ‘concedida’ uma paragem para recuperar forças, ainda que essa paragem seja aproveitada para? não ficar parado! De facto, foi tempo da equipa que me dá assistência, a Red Line Off Road Team, se ocupar do meu carro e do carro do Nuno Inocêncio, para que a derradeira semana seja cumprida da melhor forma, sem surpresas desagradáveis.

Aliás, a etapa de ontem, a mais extensa da prova com ‘apenas’ 874 quilómetros no total, dos quais 599 quilómetros são contra o cronómetro, a isso aconselhava. As poucas zonas de dunas existentes eram, ainda assim, de grau de dificuldade elevada, sem contar com a pista em pedra.

Hoje, teremos um dia mais calmo, mesmo se tal não significa mais fácil. Para ligar Kiffa a Kayes, passando da Mauritânia para o Mali, são 333 quilómetros, dos quais 283 quilómetros são a contar, o que faz desta 10ª etapa a mais pequena da prova, se exceptuarmos a derradeira, de consagração, em Dakar.

Onde espero estar dia 15?