Opinião
As primárias das presidenciais
Esperamos para ver a excelência dos apoios de Mário Soares fora da sua família política. O desafio lançado por Jorge Coelho não chega para disfarçar o mal-estar que se instalou na candidatura oficial do PS.
Os apoios de que fala Coelho resumem-se a Abel Pinheiro, do CDS, e Manuela Aguiar e Fernando Condesso, das profundezas do PSD. Até ver é pouco, muito pobre, comparado com o entusiasmo – admitamos que algo interesseiro – que a candidatura de Manuel Alegre suscita no universo político à sua direita. Mas o problema para Soares é outro e bem mais grave: a rebeldia de Alegre afirma-se com empatia popular e trava uma dinâmica de vitória essencial para Soares congregar o voto da esquerda. Percebe-se o desespero das hostes soaristas: procurar distanciar o candidato do desgaste do partido do governo, afirmando-se ao mesmo tempo como único referencial desse espaço político. Parece ainda mais difícil quando simultaneamente decorrem eleições primárias entre o eleitorado socialista. Na primeira volta das presidenciais o adversário de Soares já não é Cavaco. É Manuel Alegre.
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