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Paulo Miguel Martins 04 de Outubro de 2012 às 10:13

Aproveitar os erros

É interessante constatar como uma dos períodos mais criativos de Steve Jobs acontece ao ser despedido da Apple, a empresa que fundara



Errar faz parte da "lei da vida"… Como tal, o erro e o fracasso são também uma escola onde se aprendem muitas lições. Vale a pena tirar todo o partido das contrariedades, enganos ou desacertos, pois podem ser o detonador de algo promissor. É interessante constatar como um dos períodos mais criativos de Steve Jobs acontece ao ser despedido da Apple, a empresa que fundar.

Os erros são úteis para que o próprio sujeito se conheça melhor, encontre os seus limites e reconheça os defeitos que deve combater. Ao identificar os seus pontos fracos, pode desenvolver estratégias para os corrigir, potenciando as qualidades que possui para evitar cair no mesmo equívoco. Repetir um erro não é uma falha, mas uma estupidez!

Errar também pode ser útil se for aproveitado para fazer melhor, tornando a ação mais completa e perfeita do que estava previsto e planeado. Para isso é necessário enfrentar a realidade cruamente. Analisar sem medo o que correu mal. Percorrer o caminho andado, passo a passo, assinalando as faltas, pesando-as e refletindo no que aconteceu. Então, já com esses dados assimilados, lançar-se de novo à ação com a experiência adquirida.

Os obstáculos surgem outra vez, mas são encarados e ultrapassados mais facilmente pelo recurso "ao saber de experiência feito". Com os erros aprende-se que "por ali não" possuindo dados autênticos que ajudam a acertar em futuras decisões. Desaparece a ingenuidade e surge a pessoa mais amadurecida e segura, sem medo a tentar de novo, extraindo força das quedas porque uma derrota nunca é definitiva.




"As crianças de Paris"







Realizador Rose Bosch
Atores Jean Reno, Melanie Laurent
Duração 115 min.
Ano 2010







A perseguição à raça judia durante a II Guerra Mundial foi retratada inúmeras vezes. Este filme aborda mais um caso real: a prisão de milhares de judeus residentes e refugiados em França e o seu envio para os campos de concentração nazis. A ordem foi cumprida pelos responsáveis franceses a pedido das autoridades alemãs. Corria o ano de 1942. O plano de extermínio começava a ser conhecido internacionalmente, levando muita gente a proteger os judeus com risco da própria vida.

Muitos judeus sabiam que corriam perigo. Uns tentavam fugir para países mais seguros como os EUA, outros não tinham meios para isso e havia ainda alguns que não acreditavam em todas as atrocidades que se contavam, considerando tudo um exagero… O filme acompanha uma família onde o pai decidira ficar em França, convencido de que nada de mal lhes aconteceria. Ao serem todos presos dão-se conta do brutal erro cometido. Não havia nada a fazer…

Um dia surge uma ténue hipótese de fuga que um dos filhos não desperdiçará. Aprendera a lição, abandonando a ingenuidade para ganhar maturidade e crescer. Em sentido inverso, fica patente no filme como os organizadores e colaboradores desta deportação, ao persistirem nessa política desumana e errada, destruíram as vidas dos outros e tornaram-se uns vencidos fracassados.



Tópicos de análise



Reconhecer o erro é essencial para o emendar.
As próprias falhas bem analisadas revelam as soluções.
Um erro chega para não ser repetido e criar-se a oportunidade para o solucionar.








"Brave - Indomável"







Realizador Mark Andrews e Brenda Chapman
Duração 100 min.
Ano 2012







O último filme da Disney-Pixar apresenta a particularidade de ter como personagem principal uma rapariga, a princesa Merida. Tal como noutros contos de fadas, também aqui a rainha planeara o casamento da filha. No entanto, a princesa recusa os pretendentes apresentados e além disso considera-se nova de mais para casar. Discute com a mãe. A relação entre as duas agrava-se. Foge do castelo e encontra uma bruxa. Com a ajuda dela consegue um feitiço que transforma a rainha num urso.

A princesa arrepende-se do que fizera. Sente-se perdida. Queria que a mãe mudasse de ideias e deixasse de ser como era, mas o feitiço fora demasiado "transformador". Enganara-se. Decide levá-la para fora do castelo. Já no bosque percorrem o mesmo caminho até à bruxa. Quer falar com ela para que desfaça o feitiço. Ao chegar ao local ouve a solução: tornar a coser uma peça que rasgara durante a discussão com a mãe. Era só recompor o que estragara. Não seria fácil voltar ao castelo, mas conseguem! Pelo caminho fala com a mãe e começa a entendê-la melhor. A própria mãe dá-se também conta do ponto de vista da filha… e tudo acaba bem.

Há erros que se corrigem fazendo apenas o oposto da ação inicial. Para isso é preciso reconhecer o erro e só personalidades de forte caráter conseguem dar esse passo.



Tópicos de análise



Percorrer todos os passos efetuados permite detetar o erro com precisão.
Reconhecer um erro engrandece o seu autor e conduz ao objetivo desejado.
Solucionar um erro em conjunto aumenta a eficácia dessa iniciativa.







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