Opinião
Amanhã haverá conquilhas?
Para Portugal, muitas vezes, a Europa comunitária é uma espécie de território onde crescem rapidamente árvores das patacas. Coloca-se debaixo delas um pote e as moedas caem. Cada vitória no estádio da Comunidade Europeia de Bruxelas é encarado, entre nós,
A euforia reina e assim continuamos alegremente a colocar adesivos nos rombos nesta nau a que chamamos um país. Para muitos portugueses a Europa é um criado cuja única missão é trazer, numa bandeja, um prato de euros. Que degustamos à velocidade da luz. É um erro. Não há ceias grátis. A questão da Autoeuropa é apenas um sinal de alarme sobre a nossa excessiva dependência de um grande investimento externo. Não é por acaso que os eleitores, nestas presidenciais, colocam as suas preocupações no prato da economia e não no da política pura. A balança nacional aponta, friamente, para o receio dos portugueses face ao futuro. Mesmo que a Europa continue a alimentar com euros o depósito de combustível do país. Há alguns anos um grupo português, a Banda do Casaco, cantava: «Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos». Pareciam estar a entender o que agora se discutiria como crucial para Portugal. Temos euros, amanhã não sabemos.
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