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15 de Junho de 2012 às 12:37

Aguanta, Portugal és el Uganda

A troika voltou a dar boa nota a Portugal. O aluno continua a ser um bom aluno; mesmo com a escola a arder.

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"Reading is one form of escape. Running for your life is another." Lemony Snicket


A troika voltou a dar boa nota a Portugal. O aluno continua a ser um bom aluno; mesmo com a escola a arder.

Já lá vai o tempo em que quem fazia o balanço público das notas do aluno era uma tríade de professores de preto. Agora, quem apresenta as notas do petiz é o encarregado de educação do avaliado - o Gaspar. É uma boa estratégia por parte da troika que, assim, poupa um dia de trabalho aos seus funcionários - não é por acaso que são eles quem nos emprestou dinheiro, e nós quem pediu emprestado.

Com esta nova estratégia, os nossos senhores matam dois coelhos com uma cajadada. Evitam ter de ser eles a humilhar os portugueses e passam a batata quente para a mão de quem o faz melhor que eles, com a legitimidade de também ser um deles. Confuso?

Gaspar é o Assad do dinheiro dos portugueses. A troika começa a hesitar porque, se calhar, é melhor ter em conta a especificidade da economia portuguesa. O Gaspar olha para os portugueses de alto e baixo e vê um número com uma vírgula no lugar do cinto. A troika nunca se atreveria a falar em sucesso numa situação destas. O Gaspar não hesita. O ministro das Finanças vem apresentar o relatório da troika que nos dirige e a maior parte do tempo discute a natureza da palavra "sucesso". A natureza das palavras é relativa. O terramoto de Fukushima também foi um sucesso do ponto de vista da escala de Richter; e eu já vi a palavra sucesso aplicada às novelas da TVI.

Aceito (mal, mas tenho de aceitar) que o ministro das Finanças (dada a natureza do próprio) faça malabarismos com algarismos, mas fica por aí. Porque, quando ele começa a filosofar sobre a natureza das palavras, sinto... sinto asc… noj… sinto a mesma coisa que ele sentia se me visse a tentar preencher um balanço, um balancete ou, simplesmente, a minha declaração de IRS. Que ele nos engane e faça prestigiação com números aceito. Que ele me tente dar a volta com o sabor e recheio das palavras é demasiado - Eu disse, desvio, e depois colossal e pelo meio ficou um espaço onde cabia a Cristas. - Ai, quando eu disse "moderação salarial" estava a referir-me a pagar o salário em notas de 5 euros. Agora, se não se importam, vou apresentar as mil e uma maneiras de cozinhar a palavra "resgate". Este ministro das Finanças é como aquelas séries que parecem que vão ter graça nos dois primeiros episódios.




Últimas do Euro 2012 - em actualização

1. No voo para a Ucrânia, Paulo Bento pediu um braço emprestado ao Raul Meireles para ler durante a viagem.

2. No jogo Portugal-Dinamarca, Morten Olsen parecia um realizador de cinema, o Paulo Bento. parecia… o Paulo Bento.

3. Postiga enganou-se e cantou o hino da Dinamarca.

4. A transmissão do Portugal-Dinamarca foi recorde de audiência - Senti falta de, pelo menos, uma imagem do Rúben Micael; só para a família saber que ele está vivo e está bem.

5. Resolvi ver o Portugal-Dinamarca, mas desta vez sem o meu capacete viking da sorte.

6. Cartazes mais lidos no final do jogo: "Ronaldo, dá-me os teus óculos graduados!!!", "Veloso, dá-me o teu soutien!".

7. Pepe tem um risco no pé por cada adversário que já hospitalizou.

8. Portugal venceu 3-2 a Dinamarca e Messi ganhou a bola de ouro.

9. Ministro da Educação ao Parlamento! As várias formas de nos apurarmos só podem ser explicadas pelo Crato.

10. SMS de Rajoy (sobre o resgate de Espanha) ao ministro da Economia durante o jogo contra a Itália: "Espanha não é o Uganda - o rei do Uganda tem mais de duas mulheres".



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