O problema é que o mundo das fusões e aquisições está repleto de falhanços originados porque alguém, em algum momento, subestimou a análise de pontos aparentemente pouco importantes. Na operação com o BCP, um desses pontos foi o “orgulho”. Se a questão dos termos de troca é um pormenor negocial, passível de correcção (embora com limites, devido à base de capital do BPI), a questão do management do Millennium BPI não. Como explicar aos accionistas menos preocupados com mais-valias, e a uma administração que quer provar que Jardim cometeu o erro da vida ao escolher Teixeira Pinto, que um banco que vale um terço vai mandar em quem vale mais dois terços? Ainda para mais quando a actual administração está convicta de que pode restituir ao BCP a glória de outros tempos?? É neste contexto que devem ser lidos os “arrufos” entre Angola (30% dos resultados do grupo) e o BPI. Arrufos (estes e outros que aí vêm?) que sugerem que a fusão já era.

P.S. – Lamentável a troca de palavras (com “aldrabão” à mistura) entre Santana Lopes e Teixeira dos Santos. É a política no seu pior. Depois queixam-se?