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18 de Outubro de 2010 às 11:35

A Federação dos Segredos

Ao quinto dia, o sr. Gilberto Madaíl ressuscitou e deve estar prestar a dar a boa-nova aos portugueses.

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Motivado pelas vitórias da selecção nacional, e sentindo o pulsar das associações que se deslocaram como turistas acidentais à Islândia para aparecer nas fotografias, irá recandidatar-se a presidente da FPF. Apenas porque está ali para servir o futebol nacional e não pode ignorar a maioria silenciosa que vai vivendo à sua sombra - irá por certo dizer. Bastou a selecção livrar-se do sr. Carlos Queiroz e do seu projecto de via rápida para o abismo, e começar a ganhar, para que o sr. Gilberto Madaíl deixasse o seu ar de Calimero que nunca teve nada a ver com o pântano em que vive o futebol português, que dirige superiormente há anos, e criasse um tabu. E o sr. Madaíl, presidente de uma federação que ainda não aprovou a alteração de estatutos que lhe permita estar na legalidade, vai, assim, secando tudo à sua volta.

Basta ver a retirada estratégica do sr. Vítor Baía, que assim que viu a digressão turística das principais associações de futebol à Islândia percebeu logo o que se estava a cozinhar. O que é fantástico em tudo isto é que a FPF continua a ter estatutos ilegais e ninguém toma uma posição de força. A começar pelo sr. Laurentino Dias, falsamente acusado de ser secretário de Estado do Desporto, e cujas únicas opiniões sobre o tema do futebol têm a ver com a presença ou não do sr. Queiroz como seleccionador. Ou seja, depois da palhaçada que é a situação legal da FPF e da novela terceiro-mundista que foi o despedimento do sr. Queiroz, a ida a Madrid para buscar o sr. Mourinho e a contratação, finalmente, do sr. Paulo Bento, o sr. Madaíl ainda aspira a perpetuar-se à frente da FPF. Talvez o País futebolístico não mereça melhor do que este nível de dirigentes, porque associações de futebol e presidentes de muitos clubes continuam apenas a pensar nas suas benesses, nos seus interesses comuns e nas suas teias de influência. A aliarmos a isso temos o sr. Laurentino Dias, que foi encomendado à medida para aparecer nas fotografias das grandes vitórias desportivas. E que não serve para mais nada. Ou seja, o futebol indígena encontra-se nas mãos destas personalidades que se perpetuam no poder e que dinamitam qualquer tentativa de mudar o bolor existente. Não admirará que, com mais duas vitórias do sr. Paulo Bento, o sr. Madaíl seja transportado em ombros por associações e clubes para mais uns anos de liderança exemplar. Estará assim garantida, democraticamente, a continuação da FPF fora da lei. Afinal, a FPF está destinada a ser a próxima "Casa dos Segredos".



fsobral@negocios.pt




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