Algo que não abunda, como os tremoços ou os malmequeres, no país. A dúvida é a dívida cíclica de Portugal. Mais do que a balança comercial ou o OGE. Portugal é, cada vez mais, um país invisível. Um dia o Brasil será a locomotiva daquilo que julgamos ser a lusofonia. E nós continuamos a ter dúvidas sobre qual deve ser a nossa estratégia no mundo.

Precisamos de um projecto. Mobilizador. Onde não haja medo de deitar gotas de suor porque podem sujar as camisas imaculadas. Não pode ser dirigido por pessoas que não gostam de comer, que detestam sair com os amigos, que não amam as férias, que não conhecem o que se passa noutros países.

Qual é o grande problema de Portugal? Deixou de querer conhecer o mundo, fora dos «resorts» e dos aeroportos. Precisamos de uma identidade. Há países pequenos que criaram o seu bilhete de identidade. Nós continuamos sempre na dúvida. Devemos avançar um passo? Deveremos recuar dois? O dilema de Cavaco tem a ver com isto. De dúvida em dúvida até cairmos no abismo que está à nossa frente.