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A destruição criativa

Da fronteira entre a Tailândia e o Camboja vêm terríveis notícias: o parasita da malária ali está a tornar-se resistente ao produto que o combate - o Artemisinin. É uma guerra esquecida, mas todos os anos a malária mata milhão e meio de pessoas em todo o mundo. Se o seu parasita resistir, matará muitos mais.

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Da fronteira entre a Tailândia e o Camboja vêm terríveis notícias: o parasita da malária ali está a tornar-se resistente ao produto que o combate - o Artemisinin. É uma guerra esquecida, mas todos os anos a malária mata milhão e meio de pessoas em todo o mundo. Se o seu parasita resistir, matará muitos mais.

A malária não é erradicada porque não é um bom negócio como vai ser o vírus da Gripe A. Mas esta luta desigual não deixa de recordar os foguetes pelo fim da crise que foram lançados das sedes de alguns governos na Europa. Não é o fim da crise, como reconheceu Teixeira dos Santos. Porque há uma outra guerra perdida que vai continuar a minar a recuperação: o desemprego.

Joseph Schumpeter, com a sua tese da "destruição criativa", dizia que o capitalismo tinha uma virtude: das cinzas do mundo empresarial existente nasce sempre um outro.

Não se duvida. Mas o desemprego mostra, desta vez, uma resistência como a da malária. O pesadelo ainda não se transformou num novo sonho. É óbvio que as notícias são boas para José Sócrates e piores para Manuela Ferreira Leite, mas para os desempregados pouco acrescentam. Portugal tem reumático económico estrutural e uns dias está melhor e outros está pior. Mas nunca está curado. Portugal irá à boleia da Europa e dos EUA, mas se se aplicasse a tese de Schumpeter a Portugal, esta seria a altura ideal para que da "destruição criativa", que atirou centenas de empresas para a falência, nascessem outras, novas e pujantes, capazes de trazer o sonho aos que já não o vislumbram.
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