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A blitzkrieg

Um autor hoje esquecido do século XVIII, o Cavaleiro de Oliveira, escreveu corrosivamente que: "Portugal é um relógio sempre em atraso, onde tudo chega quando nos países de origem já não tem uso".

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Andámos atrás da história: fosse da revolução industrial, da do consumo ou da tecnológica. Não é defeito: é feitio. Esta atitude levará a que quem entrar um dia em São Bento e virar os bolsos do avesso só terá pó para distribuir.

O Estado português não é robusto: é gordo. E o drama é que a iniciativa privada e a sociedade civil é frágil. Demasiado dependente do afago estatal quando se sente mais desprotegida.

É por isso que a "blietzkrieg" da Moody's ilumina o que não queremos: estamos a baixar até limites obscenos o valor das empresas públicas que queremos vender para liquidar a dívida. Pedem-nos para vender barato e a estrangeiros, porque por aqui não abunda o músculo financeiro.

No dia em que, neste dislate estratégico, se alienar a CGD, Portugal será a soma de empresas de capital estrangeiro e o Estado uma flor de estufa. É isso a verdadeira economia de mercado? Seria. Se todos jogassem sem cartas falsas. Os que gritam esse liberalismo global não obedecem a princípios e por isso ganham. Nós perdemos.

Olhe-se para os EUA ou para a Alemanha. Olhe-se para a inteligência brasileira, onde o Estado não está ausente. Veja-se o florescente capitalismo asiático, cada vez mais tentador.

Há uma componente política na saúde empresarial e na vitalidade da iniciativa privada. Para isso é preciso estratégia. E não seguirmos apenas a canção do bandido de que a Moody's é a madame Castafiore.

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