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10 ideias perigosas

As velhas soluções já não servem. A dinâmica de mudança, numa sociedade que tudo discute, partilha e explora, exige novas ideias. Não as convenientes ou óbvias, mas as que se apresentam como estapafúrdias, radicais ou perigosas.

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As velhas soluções já não servem. A dinâmica de mudança, numa sociedade que tudo discute, partilha e explora, exige novas ideias. Não as convenientes ou óbvias, mas as que se apresentam como estapafúrdias, radicais ou perigosas.

Uma pesquisa levou-me a escolher 10 ideias arrojadas. Umas circulam por blogues de visionários, outras fazem parte de documentos oficiais e publicações especializadas. Aqui vão, com os respetivos argumentos:

1. Legalizar todas as drogas.
O proibicionismo não tem contribuído para a diminuição do consumo e, pelo contrário, gerou criminalidade e guerras. O narcotráfico é hoje uma das maiores fontes da instabilidade mundial, consome imensos recursos públicos e conduz a uma lógica de estado policial. Numa sociedade livre, cada pessoa tem direito a consumir os produtos que deseja. O Estado não deve ingerir-se na esfera privada.

2. Direito ao suicídio, assistido ou não.
Na mesma linha da liberdade individual, também não cabe ao Estado decidir quando uma pessoa pode ou não morrer. Cada indivíduo deve poder escolher o momento em que deseja pôr termo à sua existência.

3.
A medicina faz mal à saúde.
Um estudo realizado nos Estados Unidos revela que o tratamento hospitalar é a terceira causa de morte prematura. Não só devido a frequentes erros de diagnóstico ou de terapia, mas derivado da própria lógica da intervenção. Um sistema de saúde, que garante que tudo resolve e cura, conduz a uma menor responsabilidade e prevenção dos próprios e a uma prática generalizada de desleixo e modos de vida claramente nefastos.

4. Taxar os gordos.
Nesta linha de pensamento, há quem proponha que se taxem os gordos. A obesidade não é só uma doença e causa de doenças, mas um malefício para toda a sociedade, pelo excesso de consumo e pelos recursos gastos com o sistema de saúde e adaptação dos equipamentos sociais.

5. Criar novas formas de vida.
Há que assumir de vez a engenharia genética como uma componente fundamental da evolução humana. Nesse sentido, para além da criação de novos organismos, deve caminhar-se para o desenho dos bebés e generalizar a clonagem humana.

6. Carta de direitos dos robôs.
Com o crescente desenvolvimento da robótica, que caminha a passos largos para uma maior autonomia, capacidade de decisão, inteligência e mesmo alguma consciência, é necessário garantir alguns direitos a estas novas formas de vida. Matar ou maltratar robôs deve ter um tratamento punitivo similar ao que já sucede com a vida animal e com os próprios humanos.

7. Tornar todo o software livre.
Alguns autores propõem o conceito de liberdade individual no uso do software, ou seja, que não deve ser permitido que o mesmo se imponha sobre nós. Mais radicais são os que defendem que todo o software deve ser mesmo livre e que a geração de lucros assente na produtividade daí gerada e não na mera aquisição. Aliás, a experiência demonstra que o gratuito é a maior fonte de receitas na Internet.

8. Acabar com a ajuda humanitária.
Os resultados da ajuda humanitária, sobretudo em África, são, no mínimo dececionantes. Geraram um sem número de ONG's que consomem o grosso dos subsídios e, pior, acabaram no bolso de ditadores e empresas que se especializaram na apropriação destes recursos. Melhor seria promover investimentos diretos e reprodutivos.

9. Legalizar os bairros de lata.
Em vez de demolir os bairros de lata, numa guerra suja cujas consequências são sempre tão ineficazes quanto dramáticas, as cidades devem integrar estas estruturas nos seus tecidos urbanos. Afinal é aí que, em muitos casos, a vida social é intensa e o urbanismo mais criativo.

10. Esvaziar as prisões.
Habituámo-nos com demasiada facilidade a fechar em prisões os que cometeram alguma ilegalidade. De forma discricionária, não distinguindo verdadeiros crimes de pequenos atos de rebeldia ou pura estupidez. A população de encarcerados vai crescendo, ao ponto de em certos países, como é o caso dos Estados Unidos, Rússia ou Brasil, se terem atingido números absolutamente incomportáveis, num sistema que mais do que punir se tornou num mecanismo de promoção do crime.



Este artigo de opinião foi escrito em conformidade com o novo Acordo Ortográfico.

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