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O lugar do líder é solitário?

O muito que sabemos sobre liderança tem em comum o facto de o lugar do líder ser um solitário. Diferentes teorias, artigos e livros advogam que o líder, porque tem a última decisão ou porque não tem um par na organização, ocupa um lugar solitário.

Assim, é esperado que, em algumas decisões importantes ou em alguns momentos, o líder se sinta sem ninguém com quem partilhar as suas angústias ou dúvidas. Mas será mesmo assim?

 

Sabemos e ouvimos a importância das redes de contactos, dos mentores, e do papel de órgãos consultivos nas organizações. As redes de contactos podem ser profissionais, setoriais, geográficas ou outras. Importa que sejam redes de contactos nas quais os dirigentes das empresas encontrem outros que partilhem dos mesmos desafios em operar em determinada profissão, atividade e ou geografia, respetivamente.

 

Sabemos e ouvimos falar da importância de mentores na vida de alguns profissionais a quem reconhecemos bons resultados. Esses profissionais fazem referência a uma ou mais pessoas que, pela sua sabedoria ou experiência, serviram de conselheiras e foram de ajuda ou inspiração. Ter um, dois ou três mentores, que ao longo do tempo conhecem o mentee e que, por serem experientes num negócio ou geografia, aconselham o dirigente, é algo de muita valia. É curioso que das muitas partilhas que tenho ouvido ao longo do tempo, quer de mentores, quer de mentees, não me recordo de ter sabido de uma recusa por parte de um mentor em apoiar um mentee.

 

Muitas empresas e organizações constituem formalmente órgãos consultivos constituídos por membros com formação e experiência diversas, em que são promovidas discussões em temas-chave. Esses membros, na medida em que vão conhecendo o negócio e o seu contexto, mas em que permanecem externos e independentes à organização, estão em posição de questionar e promover discussão aprofundada para a geração de informação relevante ou a procura da mesma, no apoio à decisão da direção executiva. Em empresas mais pequenas, este órgão formal é, normalmente, substituído por um grupo mais informal de pessoas que, de forma regular, reúne com o dirigente da empresa e o aconselha em diferentes assuntos. Sabemos que muitos almoços e jantares não são apenas encontros entre pessoas conhecidas, não são os típicos encontros de negócios, mas apesar de se falarem de temas de negócios são sobretudo espaços para troca de experiências e conselhos.

 

Cada dirigente deve integrar-se numa multiplicidade de redes de contacto que lhe permita conversas, discussões e aconselhamento, apropriados a cada situação, no sentido de melhor construir opinião para a tomada de decisão. Então, o que passa a ser determinante é a capacidade de alimentar e manter vivas essas redes e antecipar as discussões para que, aquando das decisões, o líder não se sinta desapoiado, mas antes sólido na sua decisão. Sei que assim o fazem líderes a quem se reconhece bons resultados!

 

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