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Bom propósito ou bom impacto?

Pela história e pela ciência, sabemos que sobreviverá quem mais rapidamente se adaptar ao contexto e às suas exigências. Por isso, os programas de formação são cada vez mais dinâmicos nas abordagens e nos conteúdos.

Nas últimas semanas centenas de deans das melhores escolas de gestão e economia do mundo estiveram reunidos em duas grandes conferências, nos Estados Unidos e na Europa, para discutir tendências no contexto dos negócios e como as alterações vão e estão a provocar mudanças na aprendizagem e no ensino.

Nos Estados Unidos e sob o tema “Connecting Visionary Mindsets”, as apresentações e conversas andaram em torno de temas interessantes, de que mencionarei apenas alguns. O que sabemos hoje sobre como “lemos” os outros, como percecionamos a sua intenção e vontade, e a forma como isso influencia a nossa tomada de decisão nas organizações e nas escolas de gestão. Como equilibramos entre os interesses globais e os interesses locais das organizações e das economias, nas ofertas e formatos das escolas que dirigimos. E o que estamos a acompanhar ou a ignorar sobre o problema da saúde mental nos jovens e alunos adultos de hoje. Cada um destes temas justificaria uma reflexão interessante. Poderá ser tema de uma próxima crónica.

Na semana passada, em Milão, mais de 400 responsáveis de business schools ouviram, questionaram e discutiram sobre “Managing Impact”. O tema é central para as escolas de gestão e economia, pois deixam de fazer sentido se o seu propósito não for o de ter impacto: impacto na vida das organizações, para que estas tenham impacto nos mercados e nas economias. E o impacto nas empresas (leia-se impacto positivo) é o resultado da atividade dos profissionais que nelas trabalham. Mas, abordar a questão do impacto, passa desde logo pela clarificação do efeito ou da influência que pretendemos ter. Seja em cada uma das pessoas, seja na empresa, seja na economia e na sociedade. Quando falamos de gerir o impacto, estamos a cuidar do tipo de resultado que as business schools querem ter e da amplitude que pretendem. Estamos a falar do propósito que escolhem e que constroem na sua ação.

Que propósito tem cada escola de gestão e economia na sua ação, nas comunidades onde se insere e que impacto isso gera? A posição nos rankings internacionais traduz o nível de impacto e efeito que os profissionais têm nas suas áreas de atuação? Também é isso que se discute. Que impactos quer cada escola ter nas empresas, pelos profissionais que forma, mas também pelos problemas reais que ajuda a resolver através de projetos e investigação aplicada? Que impacto quer ter nas famílias, sempre que participa no desenvolvimento e realização de um ou mais dos seus membros, sejam seus alunos ou seus colaboradores? Que impacto pode ter ao partilhar conhecimento sobre uma política pública que poderá impactar milhares de pessoas? É sobre impacto real de que hoje falamos.

 

Acredito que conseguiremos responder ao que o mundo precisa e ter um impacto de que os nossos filhos (no meu caso, filhas) e netos se orgulhem!



É evidente a revolução nas competências detidas, necessárias e nas a desenvolver. Antevemos a aceleração desta revolução. Pela história e pela ciência, sabemos que sobreviverá quem mais rapidamente se adaptar ao contexto e às suas exigências. Por isso, os programas de formação são cada vez mais dinâmicos nas abordagens e nos conteúdos, apresentam desenhos mais flexíveis e customizáveis às necessidades das empresas e dos profissionais. E quando o propósito é o desenvolvimento de cada profissional, num mercado que é global, mas com o foco no indivíduo e na sustentabilidade, acredito que podemos continuar a ter impacto.

Para mim é claro que quero estar onde se olha o futuro e onde não se baixam os braços de forma resignada. Acredito que conseguiremos responder ao que o mundo precisa e ter um impacto de que os nossos filhos (no meu caso, filhas) e netos se orgulhem! Trabalhemos e vivamos com o adequado propósito!

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