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Qual é o seu índice de maturidade para a inteligência artificial?

A 21.ª conferência da Open and User Innovation Society (OUI) teve um enfoque particular na inteligência artificial (IA) e no impacto que esta está a ter nos processos de inovação, bem como na velocidade e eficácia com que esses processos se desenvolvem e como isso está a mudar a forma como os utilizadores e as organizações inovam e se transformam.

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Realizou-se, a 5 e 6 de Agosto, a 21.ª conferência da Open and User Innovation Society (OUI), uma sociedade científica fundada por Eric von Hippel, um prestigiado professor do MIT que é considerado o “pai” da inovação aberta e de utilizador. A OUI estuda a inovação dos utilizadores e fomenta a colaboração entre diferentes disciplinas, promovendo práticas de inovação colaborativas.

A edição deste ano teve um enfoque particular na inteligência artificial (IA) e no impacto que esta está a ter nos processos de inovação, bem como na velocidade e eficácia com que esses processos se desenvolvem e como isso está a mudar a forma como os utilizadores e as organizações inovam e se transformam.

Um estudo apresentado por Jackie Lane e Karim Lakhani, ambos professores da Harvard Business School, entre outros coautores, onde é analisada a resolução de problemas através de parcerias entre humanos e IA, comparando essas soluções com aquelas obtidas apenas pelo homem. Os autores lançaram um desafio de “crowdsourcing” focado em ideias de negócios sustentáveis para a economia circular, comparando as soluções geradas apenas por humanos e aquelas que resultam de esforços colaborativos entre humanos e IA. O desafio atraiu 125 voluntários de várias indústrias que utilizaram “engenharia de ‘prompts’” para gerar as soluções colaborativas humano-IA. Os resultados deste estudo serão publicados numa prestigiada revista académica, a Organization Science, e indicam que, embora as soluções geradas apenas por humanos tenham apresentado maior novidade (tanto em termos médios quanto em relação a resultados muito inovadores), as soluções humano-IA demonstraram superior viabilidade estratégica, valor financeiro e ambiental, bem como qualidade geral, confirmando a IA como uma poderosa ferramenta que permite maximizar o potencial humano.

Num outro projeto, John Winsor, autor de Open Talent e colunista na Forbes, defendeu a importância de os indivíduos se prepararem para a IA, tendo partilhado os esforços em curso com coautores para desenvolverem um “Índice de Maturidade em IA”, para o qual, aliás, convidou todos os interessados a participarem.

Ao participar, qualquer pessoa (incluindo os leitores deste artigo) terá acesso a pontuação personalizada do Índice de Maturidade da IA que será divulgado já em setembro, oferecendo a qualquer utilizador uma referência para comparar a sua posição com seus pares em todo o mundo. Informação adicional está disponível em https://www.ai-maturity-index.com/.

Estes são apenas dois exemplos de projetos de investigação muito relevantes que foram apresentados na conferência deste ano, numa edição que teve para mim um significado especial. De facto, embora participe nestas conferências desde 2009, fui eleito presidente da OUI Society e herdei do Prof. von Hippel a missão de liderar a OUI Society e impulsionar seu crescimento. Em consequência, em 2025 a conferência regressará a Portugal e será realizada na Nova School of Business and Economics, nos dias 21 e 22 de julho. De facto, a Nova SBE, e em particular o seu Centro de Conhecimento em Inovação Aberta e de Utilizador, tem vindo a afirmar-se como um hub global que a presidência da OUI irá consolidar.

A OUI organiza, desde 2003, conferências anuais, tendo a deste ano decorrido na Harvard Business School, marcando a 8.ª vez que a conferência foi realizada em Boston: cinco vezes em Harvard e três no MIT. As edições anteriores aconteceram em Viena (duas vezes), Hamburgo (duas vezes), Nova Iorque, Aachen, Zurique, Munique, Copenhaga, Innsbruck, Brighton, Utrecht e em Lisboa (em 2015 na Fundação Gulbenkian).

 

A OUI estuda a inovação dos utilizadores e fomenta a colaboração entre diferentes disciplinas, promovendo práticas de inovação colaborativas. IA.
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