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A proletarização da sociedade portuguesa

Em vez de se proibir a construção de mais escritórios em Lisboa e de se fomentar a deslocação de serviços públicos e empresas para os concelhos limítrofes, estamos a desenvolver cidades da América Latina, em círculos, de aumento da pobreza, a partir do centro.

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Contrariamente ao que sucede nos países do Norte da Europa, onde se verifica o fortalecimento duma classe média, com qualificações académicas e profissionais cada vez mais elevadas, assistimos, em Portugal, a um processo crescente de proletarização da nossa sociedade.

 

Com salários baixos, remunerando trabalhadores com baixas qualificações académicas e profissionais, ausência de incentivos ao mérito e à produtividade, crescimento das zonas suburbanas com aumento da criminalidade e redução da qualidade de vida nas cidades de Lisboa e Porto.

 

As opções da actual coligação de extrema-esquerda acentuam este processo de proletarização da nossa sociedade, como se torna patente pela análise de três acontecimentos recentes:

 

1 - A construção dum oleoduto para abastecer o aeroporto de Lisboa, que contou com o voto contra do PCP, porque punha em causa o emprego dos 150 condutores de camiões que o abastecem, diariamente.

 

Uma situação aberrante, em termos económicos, logísticos e de segurança de abastecimento e do próprio aeroporto.

 

No raciocínio do PCP, a opção a tomar seria a redução da capacidade dos actuais camiões cisterna, para metade, aumentando para o dobro, 300, o número de empregos de camionistas.

 

Proletários, com baixas qualificações e remunerações.

 

2 - A perseguição às PPP na Saúde, hospitais que prestam um serviço de qualidade a um grande número de cidadãos portugueses, e que mereceram uma avaliação positiva do Tribunal de Contas.

 

Em vez de se promover uma sã concorrência e a movimentação dos profissionais de saúde entre os quatro sistemas - hospitais públicos, privados, PPP e misericórdias, pretende-se reduzir todo o sistema a um sistema público.

 

Sem avaliação de mérito e de produtividade, promovendo a mediocridade, reduzindo as expectativas profissionais e remuneratórias de médicos e enfermeiros.

 

Para satisfação e emprego garantido de meia dúzia de administradores hospitalares, de esquerda, que reprovariam num exame básico de gestão de organizações.

 

3 - Finalmente, a redução do preço dos passes para a totalidade dos transportes em todas as áreas metropolitanas.

 

Que promoverão, desde logo, um aumento do preço das casas nas periferias das grandes cidades e um maior afastamento, dos cidadãos, dos seus centros de actividade profissional.

 

Não desenvolvemos cidades de média dimensão, com equilíbrio entre habitação e escritórios, como sucede na Suíça e na Holanda, aumentamos a proletarização de Lisboa e Porto, com habitação suburbana de baixa qualidade e as empresas concentradas no centro das cidades.

 

Em vez de se proibir a construção de mais escritórios em Lisboa e de se fomentar a deslocação de serviços públicos e empresas para os concelhos limítrofes, estamos a desenvolver cidades da América Latina, em círculos, de aumento da pobreza, a partir do centro.

 

Se os deixarmos, estes partidos de extrema-esquerda que nos governam vão conseguir transformar Lisboa na Caracas da Europa.  

 

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