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Jorge Marrão - Gestor 26 de Outubro de 2015 às 20:50

Sopa da pedra

O Presidente da República é um agente político. É por causa disso que é eleito. Tem uma ideia de Portugal, e por onde a Nação deve caminhar. E temos de aguentar este ou qualquer outro com as suas ideias.

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A FRASE...

 

"É uma via perigosa, cheia de curvas e contracurvas e que o PCP aproveitará a seu crédito. Para os comunistas esta é uma etapa, logo verão se podem alcançar outros patamares. Para o PS e para Costa pode ser o definhamento. Para Portugal pode ser uma desgraça económica e política."

 

Henrique Monteiro, Expresso, 24 de Outubro de 2015

 

A ANÁLISE...

 

A troika foi um terramoto. A Europa não está perplexa. Percebeu, como todos nós, a estatura ética e moral de um país que se expressa nesta luta política. O alvo mudou em Portugal: já não são a troika, as agências de "rating", o BCE, os credores, o neoliberalismo e a Europa egoísta.

 

Nasceu uma sopa da pedra política. Parece ser a da anti-austeridade, mas não é. Nela juntam-se os que abominam Cavaco Silva porque manteve o Governo em funções e, inexplicavelmente para a inteligência dos iluminados, porque teve o povo ao lado dele quando o bom senso o deveria impedir. Acresce a este caldo, os detractores de Passos Coelho porque não vacilou na aplicação do memorando, e porque prejudicou os beneficiados da economia pré-troika, a que se agregam os mais puros esquerdistas românticos e totalitários que convivem mal com a existência da própria direita e do centro direita. E mais do que tudo, juntam-se aqueles a quem o poder judicial não tem dado tréguas.

 

Esta classe política, e uma certa cidadania activa, que viu cair banqueiros, assistiu à violenta alteração da vida das pessoas com emigração e desemprego, à redução de actividade das empresas, atribuindo culpas à solução, omite o problema, e não quer ver o óbvio: que chegaria o momento da sua própria limpeza.

 

E a limpeza aparecerá porque os erros democráticos são notórios. A maioria presidencial deste PR não tem valor, mas tem a aritmética política resultante destas eleições? Não pode ser uma ideologia anti-austeritária, nem reformista que une. Querer chegar ao poder, só pode ser para o exercer. A favor do quê num país tecnicamente falido e dependente? Não é a política, estúpido: são sombras interessadas.

 

O Presidente da República é um agente político. É por causa disso que é eleito. Tem uma ideia de Portugal, e por onde a Nação deve caminhar. E temos de aguentar este ou qualquer outro com as suas ideias.

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

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